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    Estudo diz que Brasil avançou menos que outros emergentes

    GUSTAVO PATU
    DE BRASÍLIA

    10/08/2014 02h00

    Estudo elaborado por três economistas ataca os resultados obtidos pelo Brasil ao longo dos primeiros dez anos da administração petista no governo federal.

    Intitulado "A Década Perdida: 2003-2012", o trabalho aponta que indicadores econômicos e sociais do país apresentaram melhora no período, contudo, na maioria dos casos, o progresso obtido por países comparáveis ao Brasil foi maior.

    O texto foi publicado pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio), berço da equipe que elaborou o Plano Real e conduziu a política econômica no governo de Fernando Henrique Cardoso.

    "O Brasil avançou, mas poderia ter avançado muito mais. Nesse sentido, a década foi perdida", escrevem Vinicius Carrasco e Isabela Duarte, da PUC-Rio, e João Manoel Pinho de Mello, do Insper (instituto de ensino e pesquisa em economia).

    Para sustentar a tese, os autores examinaram a evolução de diferentes dados –como renda por habitante, produtividade, comércio exterior, infraestrutura, desemprego, escolaridade, gasto em saúde, desigualdade social e taxa de homicídios.

    Cada resultado foi comparado com os obtidos por países emergentes cujo desempenho era semelhante ao brasileiro até 2002 –ou seja, antes de o PT chegar ao Palácio do Planalto. Assim, o grupo selecionado varia de indicador para indicador. No caso da inflação, por exemplo, a comparação é com China, Hungria, Peru, Turquia e África do Sul –e o Brasil sai perdendo.

    É o que ocorre na grande maioria dos quadros expostos ao longo das 136 páginas do estudo, que pode servir como uma espécie de enciclopédia para as candidaturas de oposição. No texto, argumenta-se que, nos anos petistas, o país foi beneficiado por elevação aguda dos preços de seus produtos de exportação, mais favorável que a experimentada pelos países selecionados.

    Também houve a ajuda decisiva das transformações demográficas do período, quando cresceu a proporção de adultos produtivos na população, com queda do número de crianças. Para os autores, o Brasil não aproveitou tanto quanto poderia essas duas vantagens transitórias, chamadas no trabalho de "manás".

    Os principais feitos do país no período estão no mercado de trabalho, com o aumento da população empregada e da participação dos salários na renda nacional, superando com folga os emergentes adotados para comparação.

    "No entanto, concomitantemente à incorporação de mais pessoas à força de trabalho, a produtividade do trabalho se estagnou e a falta de mão de obra qualificada se acentuou", diz o texto. Na área social, outro trunfo político petista, os cálculos apresentados no estudo apontam que a queda da pobreza foi inferior à do grupo de países selecionados –Honduras, Peru e Paraguai.

    Procurada pela Folha, a Presidência da República não comentou os dados do estudo até a conclusão desta edição.

    -

    DÉCADA PETISTA (*)

    Foi pior
    - Renda per capita
    - Produtividade (produção média por trabalhador)
    - Escolaridade
    - Segurança pública

    Foi igual
    -Desenvolvimento Humano

    Foi melhor
    - Mercado de trabalho
    - Produção de petróleo

    (*) Na comparação do Brasil com outros países emergentes

    Fonte: "A Década Perdida: 2003-2012", estudo de Vinicius Carrasco, João M. P. de Mello e Isabela Duarte

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