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    Dilma 'nem tentou' reforma tributária e 'atendeu no balcão', diz Campos

    MARINA DIAS
    DE SÃO PAULO

    11/08/2014 13h07

    Candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos afirmou nesta segunda-feira (11) que a presidente Dilma Rousseff (PT) não aprovou uma reforma tributária no Brasil porque "atendeu a pedidos pontuais no balcão e nada deu certo". De acordo com o ex-governador de Pernambuco, durante seu primeiro mandato, a petista "nem tentou fazer a reforma tributária".

    O presidenciável promete apresentar um projeto para alterar os impostos, caso seja eleito, já nos primeiros dias de governo. Como mostrou a Folha, as medidas detalhadas em seu programa preveem evitar aumento dos tributos, simplificar o sistema, eliminar o caráter regressivo, que pune os mais pobres, reduzir a taxação dos investimentos, justiça tributária, transparência e melhor repartição de receitas entre governo federal, Estados e municípios.

    Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentaram promover reformas no sistema tributário durante seus mandatos, mas nunca conseguiram chegar a um projeto capaz de alcançar consenso dentro do Congresso por dificuldades para conciliar interesses do governo federal com os dos empresários, dos Estados e dos municípios, que tinham medo de perder receitas com as mudanças.

    Em entrevista ao portal G1, Campos foi questionado sobre sua relação com o governo do PT, do qual foi ministro da Ciência e Tecnologia (2004-2005) e esteve na base até setembro de 2013.

    O candidato disse que "nunca mudou de lado" e que só deixou de apoiar a presidente Dilma quando políticos como os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) "ganharam protagonismo".

    Collor e Sarney, no entanto, fazem parte da base de sustentação do governo petista desde a gestão Lula, e sempre ocuparam cargos de relevância política.

    Campos repetiu as críticas que tem feito à política econômica de Dilma Rousseff e defendeu mais uma vez a independência do Banco Central e um Conselho de Responsabilidade Fiscal para "criar um ambiente de confiança" que faça com que os juros baixem e o câmbio se normalize.

    NEPOTISMO

    O ex-governador comentou ainda reportagem da Folha da semana passada sobre o cargo de seu tio, Marcos Arraes de Alencar, em uma diretoria da estatal federal Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), em Pernambuco. Alencar permanece no posto apesar de há seis meses o governo do Estado, então comandado pelo sobrinho, ter informado que ele havia pedido demissão.

    "Quando saímos do governo, ele não tomou posição de sair. Mas eu discordo dessa postura", disse Campos, completando que Alencar é pai da vereadora Marília Arraes (PSB), "que apoia Dilma" à reeleição.

    Outra polêmica familiar debatida durante a entrevista ao G1 foi em relação à mãe de Campos, Ana Arraes, que em 2011 foi eleita ministra do TCU (Tribunal de Contas da União), responsável por fiscalizar as contas do governo federal.

    O candidato afirma que o cargo da mãe "não é um problema" porque quando ela se aposentar, daqui um ano e meio, quando completa 70 anos, "nem terá condições de ver as primeiras contas do nosso primeiro mandato". Ele negou ainda que tivesse pretensão de ser candidato à Presidência da República em 2011, quando ajudou na campanha da mãe para o TCU. "Não imaginava".

    TEMAS POLÊMICOS

    Campos respondeu o chamado "pinga fogo", com respostas "sim" ou "não" para temas polêmicos que costumam aparecer durante a campanha eleitoral.

    Disse ser contra a legalização da maconha, privatizações, foro privilegiado a políticos, unificação das polícias, revisão da lei da Anistia e ensino religioso nas escolas públicas. Por outro lado, declarou-se favorável à taxação das grandes fortunas, ao casamento gay e ao voto obrigatório. Sobre o aborto, reafirmou a posição de que "a legislação sobre o tema é adequada".

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