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    Para consultoria, Dilma é 'poste que se transformou em porrete'

    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    12/08/2014 10h59

    Em relatório enviado a clientes, nesta segunda-feira (11), a consultoria econômica Rosenberg Associados prevê que a presidente Dilma Rousseff será reeleita e afirma que, com isso, o cenário mais provável para o país é a "continuidade da mediocridade".

    O comentário político tem três parágrafos e abre o documento, que também faz um rápido panorama da economia brasileira e mundial.

    O relatório afirma que, a dois meses da eleição, "[Dilma] está plantada numa sólida diferença para os demais [candidatos] que, se não é confortável, é desencorajante". O horário eleitoral gratuito, na TV, diz o texto, "pode embaralhar as cartas", mas "[Dilma] vai dispor de muito mais tempo que os outros para 'alertar' a classe baixa de que a elite está tentando anular suas conquistas e trazer de volta um passado de dificuldades."

    Dessa forma, concluem os autores: "É por isto que, visto de hoje, o cenário mais provável é a continuidade da mediocridade, do descompromisso com a Lógica, do mau humor prepotente do poste que se transformou em porrete contra o senso comum."

    O texto é assinado por quatro economistas, comandados por Thaís Zara, que é economista-chefe da Rosenberg Associados desde 2005. Em entrevista à Folha, a economista afirmou que a consultoria escreve para os seus clientes. "Eles pagam pela nossa independência", disse ela, acrescentando que a Rosenberg não tem ligação com partidos políticos.

    O dono da consultoria, Luís Paulo Rosenberg, foi assessor econômico do governo José Sarney (1985-1990). O objetivo da sua análise, diz Zara, é traçar "o cenário mais provável e os impactos para economia no momento após a eleição". Segundo suas estimativas, a presidente Dilma tem entre 60% e 70% de chance de ser reeleita.

    O texto da Rosenberg é distribuído para clientes, entre os quais empresas e bancos. No seu site, a consultoria cita como empresas que foram ou são clientes a Bayer, a Coca-Cola, o Itaú e o Santander, entre outros.

    SANTANDER

    Há pouco menos de um mês, o Santander enviou a clientes "vip" um texto em que previa que o dólar subiria e a Bolsa cairia caso Dilma fosse reeleita. O conteúdo gerou um mal-estar entre o banco e o governo, e o PT condenou o relatório do Santander. Conforme revelou a Folha, quatro funcionários foram demitidos pelo banco, responsabilizados pela autoria do extrato.

    Neste relatório, porém, a Rosenberg não é tão pessimista. A previsão da consultoria, que está no relatório, é de que o PIB deve crescer 1,1% neste ano. O cenário é mais positivo do que o horizonte traçado pela maioria dos analistas econômicos. Pesquisa semanal feita pelo Banco Central, com cerca de 100 economistas, mostra que a projeção central é que o PIB deve crescer 0,81% neste ano. O dólar, para a Rosenberg, deve subir um pouco e fechar o ano a R$ 2,35. Hoje, a moeda está em R$ 2,28.

    VITÓRIA DE ALCKMIN

    O comentário político da Rosenberg Associados também cita o quadro em São Paulo. Diz que o Estado "tem tudo para continuar sendo o bastião da resistência ao bolivarismo (sic), com uma provável vitória convincente do tucano Alckmin e o surgimento de uma ala privatista no PMDB, liderada por Skaf."

    "Muito profunda a admiração do povo pelo seu governador discreto, muito enraizada a rejeição ao petismo para este quadro se alterar", prevê o texto. No trecho seguinte, fala da disputa ao Senado: "Emocionante será a disputa do Senado, onde a rejeição visceral a Serra equilibra a luta contra o surpreendente Suplicy e o politécnico Kassab."

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