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    'Vi uma bola de fogo', diz moradora de prédio atingido por avião em Santos

    FABIANO MAISONNAVE
    ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

    13/08/2014 16h05

    Moradora de um dos prédios atingidos, a dona de casa Miriam Martinez, 69, estava na sala quando o avião caiu. Ela escapou ilesa, mas três vizinhos precisaram ser atendidos com queimaduras leves.

    "Vi uma explosão, uma bola de fogo e logo veio um cheiro horrível de querosene queimado. Saiu todo mundo pra rua porque a fumaça estava demais, demais, demais. Mas, graças a Deus, ninguém do prédio morreu", explicou, enquanto esperava a autorização do Corpo de Bombeiros para buscar pertences.

    O imóvel, na rua Vahia de Abreu, 52, é formado por três blocos de dois andares, com quatro apartamentos cada um. Martinez mora no térreo, menos atingido pelo impacto do acidente. Um morador com a mão enfaixada também esperava entrar em casa, mas não quis falar com os jornalistas.

    Segundo a Defesa Civil, dez prédios foram atingidos pelo avião, dos quais seis precisaram ser esvaziados. Todos os sete mortos estavam na aeronave que levava o candidato presidencial Eduardo Campos (PSB). No chão, cinco tiveram ferimentos leves.

    A dona de casa, que mora com a irmã, disse que ambas fugiram correndo e não puderam socorrer os cachorros. "Um veio correndo e sumiu. Como ele é muito conhecido, foi levado pra doutora Ana, a veterinária, e a minha irmã foi buscar. A outra, o bombeiro achou embaixo da cama.

    "Fiquei imaginando o povo da Faixa de Gaza, do Iraque. O que aconteceu aqui é o que acontece lá de 5 em 5 minutos. Por aqui, deu pra ver qual a extensão de uma guerra."

    Martinez lamentou a morte de Eduardo Campos, mas disse que a tragédia poderia ter sido pior: "Era meu candidato. Meu e da família. Mas Deus sabe o que faz. Livrou todo mundo aqui debaixo, não caiu em cima da escolinha, cheio de criança."

    A escola Plenitude, na rua Alexandre Herculano, está a algumas dezenas de metros do acidente. A cozinheira do local, Roseli Lima, 59, disse que o edifício ficou intacto, mas que estilhaços de vidro de um prédio vizinho caiu no chão: "Da porta da cozinha, vi uma bola de fogo e depois um cheiro forte de querosene."

    Outro morador, o funcionário da NET Thiago Antunes, 29, não estava na hora do acidente, mas, por volta das 14h, já havia sido autorizado a entrar no apartamento, também no térreo, para buscar os pertences.

    "Tinha pedaços de corpos pelo prédio. A geladeira do apartamento 7 foi arremessada para a casa vizinha e parece que o motor do avião está dentro do 8 [andar superior].", relatou.

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