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    PV quer adiar horário eleitoral em três dias após morte de Campos

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    14/08/2014 18h11

    O PV vai pedir nesta quinta-feira (14) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para adiar em três dias o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, que começa oficialmente na terça-feira (19).

    O candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, disse em nota que o adiamento permite que a coligação de Eduardo Campos (PSB), morto nesta quarta em um acidente aéreo, tenha "tempo e tranquilidade" para organizar e adaptar seus programas. O candidato promete protocolar o pedido no TSE até a noite desta quinta-feira.

    "Além disso, essa medida significa respeito ao luto das famílias atingidas pela tragédia e ao pesar do povo brasileiro. Podemos ter, assim, um interregno necessário para se dar início ao debate político tão essencial à nossa democracia", afirma Jorge na nota.

    A sugestão, segundo o candidato, seria em "caráter extraordinário" diante de um fato inédito ocorrido na disputa à Presidência da República, que é a morte de um dos candidatos. Se o TSE acatar a sugestão, a propaganda eleitoral começaria apenas na sexta-feira (21).

    Antes de se filiar ao PSB, a ex-senadora Marina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos, foi uma das principais lideranças do Partido Verde. Ela tentou criar sua própria sigla para se candidatar à Presidência, a Rede de Sustentabilidade, após deixar o PV, mas não conseguiu assinaturas suficientes para o registro dentro do tempo previsto pela Justiça Eleitoral –por isso optou por aliar-se ao candidato do PSB.

    Com a morte de Campos, o PSB ainda não definiu se manterá candidato à Presidência da República. A tendência "natural", segundo membros do partido, seria lançar Marina como cabeça de chapa –com a definição de um novo nome para o seu lugar.

    A cúpula do PSB, porém, promete definir o futuro da disputa presidencial somente após os funerais de Campos, que devem ocorrer entre sexta e sábado.

    O objetivo é desautorizar a precipitação de articulações políticas públicas, o que é considerado pela cúpula do partido, neste momento, como desrespeitosas com a memória do ex-governador.

    Em caminho diverso da adotada pela cúpula partidária, o único irmão de Campos, Antonio Campos, divulgou nota nesta quinta-feira (14) defendendo o lançamento de Marina e dizendo ter a convicção de que essa seria a vontade do irmão. 'Tenho convicção de que essa seria a vontade de Eduardo', diz Antonio Campos;

    O PSB também está organizando missas de sétimo dia em Pernambuco e em Brasília. Nesse último local, possivelmente na Catedral Metropolitana, um dos cartões postais da cidade.

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    ACIDENTE

    O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu nesta quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

    Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite desta quarta-feira (13) na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

    Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

    O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

    Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.

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