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    'Fiquei torcendo para não ser verdade', diz Lula

    CÁTIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    14/08/2014 18h33

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que a morte de Eduardo Campos muda o quadro para a disputa eleitoral. No entanto, afirmou que agora não irá se antecipar e pensar uma análise política neste momento de dor.

    Muito sensibilizado com a morte do ex-governador, de quem foi aliado durante toda sua gestão (2003-2010), Lula afirmou que sua a relação dos dois "extrapolava a política, nós éramos dois companheiros, o Brasil não merecia isso".

    "Lembro até de uma certa ciumeira com a minha relação com Eduardo quando ele era governador de Pernambuco e diziam que eu beneficiava ele", acrescentou.

    Ernesto Rodrigues/Folhapress
    Lula concede entrevista coletiva sobre a morte de Eduardo Campos
    Lula concede entrevista coletiva na sede de seu instituto sobre a morte de Eduardo Campos

    O ex-presidente afirmou que por mais que eles tenham se afastado nos últimos meses, motivado pela disputa eleitoral, os dois sempre foram muito ligados. "Nenhum ser humano está preparado para receber a notícia como recebi, fiquei torcendo para não ser verdade quando a presidente Dilma me deu a notícia ontem de manhã", falou.

    Após receber a notícia, Lula disse que procurou por Roberto Amaral, presidente em exercício do PSB, mas que não conseguiu contato.

    O ex-presidente disse que também telefonou para Renata, viúva de Campos, e afirmou que "não há palavras que possam confortar alguém que perdeu um ente querido, a única coisa que disse é para que ela tenha fé, acredite em Deus, você tem que se agarrar em alguma coisa. O filhinho (Miguel, de 6 meses) será a força motora, por mais difícil que seja", falou.

    Por fim, Lula disse também que irá procurar por Marina Silva, a quem tem "profundo respeito como ex-ministra, fundadora do PT e candidata", mas que diante de uma tragédia dessa, é preciso dar ao menos um tempo para descanso e reflexão.

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    ACIDENTE

    O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu nesta quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

    Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite desta quarta-feira (13) na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

    Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

    O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

    Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.

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