• Poder

    Monday, 06-May-2024 12:38:32 -03

    Mercado torce para que ex-senadora seja candidata

    DAVID FRIEDLANDER
    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    15/08/2014 02h00

    Banqueiros e grandes investidores torcem para que Marina Silva assuma o lugar de Eduardo Campos como candidata do PSB à Presidência da República.

    Embora o efeito dessa eventual candidatura na corrida presidencial ainda seja nebuloso, o mercado financeiro aposta que a presença da ex-senadora na disputa aumenta as chances de um segundo turno. Este cenário tornaria mais difícil a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

    O mercado tem o pé atrás com a presidente porque considera que seu governo interfere demais em setores-chave, como o de energia, e é fraco na gestão da economia, marcada por crescimento baixo e inflação elevada.

    Zanone Fraissat - 27.mar.2012/Folhapress
    Guilherme Leal, presidente da Natura, que apoia a ex-senadora Marina Silva (PSB)
    Guilherme Leal, presidente da Natura, que apoia a ex-senadora Marina Silva, de quem foi vice em 2010

    Com 20 milhões de votos na eleição de 2010, Marina é mais conhecida do que Campos, que apostava na parceria com a vice para conquistar eleitores. Até ano passado, quando as pesquisas incluíam seu nome, ela era a segunda mais bem colocada, à frente de Aécio Neves (PSDB) e do então candidato do PSB.

    "Do ponto de vista do mercado, é ruim que Marina não saia [candidata]. Isso aumenta a probabilidade de Dilma ganhar no primeiro turno", afirma José Márcio Camargo, sócio da Opus Investimentos.

    A torcida pela ex-senadora, no entanto, tem limites. O candidato número 1 é Aécio. O papel reservado a Marina seria tornar a disputa mais acirrada para que o tucano vá para o segundo turno, concentrando os votos de oposição contra Dilma.

    "O medo é que Marina passe Aécio. Muitos se assustam com essa ideia, mas tem gente que acha isso melhor do que a reeleição", diz o alto executivo de um banco estrangeiro, que pediu para não ser identificado.

    POUCO CONHECIDA

    As ideias de Marina sobre a economia, porém, ainda são pouco conhecidas. A seu favor, na visão de parte do setor financeiro, pesa a presença de economistas considerados mais alinhados ao mercado, como Eduardo Giannetti e André Lara Resende, e empresários, como Guilherme Leal (Natura) e Álvaro de Souza (ex-Citibank).

    Mesmo assim, Marina ainda é vista por muitos como uma pessoa pouco flexível e inimiga de empresários do agronegócio.

    Com tantas dúvidas e indefinições, o fator Marina passa a pesar nas decisões de investimento.

    A especulação da vez na praça financeira é se Marina vai ou não assumir a vaga de Campos na disputa. Se ela for em frente, começa uma segunda etapa: quem será o opositor mais forte de Dilma. A previsão é que a Bolsa continue instável, à espera da próxima pesquisa eleitoral.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024