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    Campos é um líder insubstituível, diz Jarbas Vasconcelos

    JARBAS VASCONCELOS
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    15/08/2014 02h00

    Eduardo Campos foi, sem dúvida alguma, o político mais brilhante de sua geração, com uma inteligência, uma determinação e uma capacidade de trabalho únicas.

    Seu desaparecimento é uma perda irreparável para a política brasileira, mas é uma perda ainda maior para seus familiares e amigos.

    Em Pernambuco, essa foi uma tragédia sem precedentes para todos nós que estamos nesta luta para construir um Brasil melhor. A liderança de Eduardo era inquestionável, e ele tinha muito a colaborar para o debate elevado sobre o que realmente deve ser discutido na eleição presidencial deste ano.

    Josenildo Tenório/Divulgação
    Senador Jarbas Vasconcelos recebe o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em 2013
    Senador Jarbas Vasconcelos recebe o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em 2013

    Por isso, Eduardo deixa uma lacuna que não será preenchida.

    Existem aqueles que são insubstituíveis. É o caso. Ainda mais quando Eduardo começava agora a sua trajetória nacional. Ele não se intimidava diante de um cenário momentaneamente desfavorável. Tenho certeza que Eduardo surpreenderia a todos nas eleições deste ano, tão logo começasse a campanha de rádio e TV. Ele estava sintonizado com o desejo de mudança, com as bandeiras de transformação do Brasil.

    O desempenho firme e sóbrio de Eduardo na entrevista ao "Jornal Nacional" foi mais uma demonstração exemplar dessa sua capacidade diferenciada de comunicação, do seu carisma e da sua facilidade em expressar suas ideias e seus ideais.

    Mesmos os adversários de Eduardo o admiravam. Podiam discordar das suas propostas, mas respeitavam o destemor com o qual empunhava suas bandeiras. Sei disso porque Eduardo e eu estivemos em campos políticos opostos durante 20 anos.

    Mas a nossa reaproximação política em 2012 representou também um reencontro pessoal e afetivo. A política havia nos afastado, mas terminou criando também a oportunidade da reaproximação.

    Não foram poucas as vezes que nos encontramos, nos dois últimos anos, para contar histórias de campanhas eleitorais passadas, algumas comuns aos dois e outras que ocorreram quando militamos separados.

    De lá para cá, era sempre inspirador observar a determinação com a qual Eduardo se dedicava ao seu projeto, ao seu sonho de chegar à Presidência da República, viajando o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Quis Deus que sua partida tenha ocorrido nessas circunstâncias.

    É sempre chocante quando assistimos uma vida jovem, repleta de perspectivas ser encerrada dessa forma repentina e trágica. A fatalidade desse dia 13 de agosto de 2014 ainda vai ficar conosco durante muito tempo.

    Nenhum de nós imaginava que o encerramento da fala de Eduardo no "Jornal Nacional" serviria de estímulo para que a gente permaneça no caminho que ele acreditava ser o melhor: "Não vamos desistir do Brasil. É aqui onde vamos criar nossos filhos, é aqui onde temos de criar uma sociedade mais justa. Para isso, é preciso ter a coragem de mudar, de fazer diferente, de reunir uma agenda, a agenda da escola em tempo integral para todos os brasileiros, a agenda do Passe Livre, a agenda de mais recursos para a saúde, a agenda do enfrentamento do crack, da violência. O Brasil tem jeito, vamos juntos".

    Eduardo tinha um projeto para o Brasil, tinha sonhos que a gente tem a obrigação de levar adiante.

    Editoria de Arte/Folhapress
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