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    PSB vai se reunir na quarta-feira para decidir futuro da candidatura

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE

    15/08/2014 12h20

    A cúpula do PSB deve se reunir em Brasília na próxima quarta-feira (20) para decidir os rumos da campanha presidencial após a morte do ex-governador de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos.

    A informação foi dada pelo deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), quando chegou à casa da viúva de Campos, Renata, na manhã desta sexta-feira (15).

    Para o pessebista, a tendência é que o partido apoie o nome de Marina Silva, que ocupava a vice da chapa presidencial.

    "Marina foi escolhida por Eduardo para ser a vice pela confiança que Eduardo tinha em Marina, e nós todos temos que manter essa confiança", afirmou.

    Para ele, todos os socialistas apoiam o nome de Marina. "Ela tem uma história muito bonita no país que foi aceita pelo Eduardo e deve ser aceita pela gente", disse o deputado.

    APOIO

    Principal herdeira do espólio político de Eduardo Campos, sua mulher Renata quer, segundo amigos e aliados, ver Marina Silva representando a família na cédula eleitoral como cabeça de chapa.

    O único irmão de Eduardo, Antônio Campos, foi o primeiro integrante da família a se pronunciar publicamente a favor de Marina.

    "Tenho convicção [de] que essa seria a vontade de Eduardo", disse em nota divulgada nesta quinta (14), um dia após a morte do presidenciável do PSB em acidente aéreo. Uma ala da sigla, inclusive, defende que Antônio seja lançado como o novo vice.

    Além da família, dirigentes de todos os outros cinco partidos da coligação comandada pelo PSB disseram à Folha defender a indicação da ex-senadora, vice na chapa de Campos após ter anunciado em outubro de 2013 a adesão ao projeto presidencial do então governador de Pernambuco.

    A posição, entretanto, não é unânime, e mesmo os entusiastas admitem que ela enfrentará problemas se for mesmo a candidata. A união de Marina com o PSB foi montada sob uma divisão interna que Campos só contornou com grande esforço. A dúvida é se Marina terá disposição ou capacidade de assumir essa articulação.

    A candidatura de Marina também é defendida por banqueiros e grandes investidores, que acreditam que sua presença na disputa facilitaria a existência de um segundo turno e diminuiria as chances da reeleição de Dilma Rousseff (PT).

    O grupo de Marina Silva afirma que ela apresentará condições não assumir "às escuras" a candidatura do PSB. A negociação passará pela escolha de um vice que seja leal a Eduardo Campos, tenha a confiança da ex-senadora e capacidade de unir a "ala petista" e a "ala tucana" do PSB.

    ACIDENTE

    O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

    Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta-feira na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

    Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

    O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

    Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.

    Editoria de Arte/Folhapress
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