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    Situação financeira do RS preocupa eleitores, mas não deve decidir pleito

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    16/08/2014 03h00

    Destaque em debates, discursos e planos de governo dos principais candidatos a governador, o quadro das finanças do Rio Grande do Sul preocupa os eleitores, mas não deve ser decisivo para a definição dos votos, de acordo com o Datafolha.

    Em pesquisa sobre a disputa ao governo feita entre terça (12) e quinta-feira (14), o instituto questionou os entrevistados sobre a situação financeira do governo do Estado. Consideram ruim ou péssima 35% dos eleitores ouvidos. Outros 37% acham a situação regular e 14% não souberam ou não quiseram opinar.

    Candidatos como a líder da pesquisa, Ana Amélia Lemos (PP), vêm usando o assunto para atacar em debates o governador Tarso Genro (PT), que busca a reeleição.

    Um aspecto específico da situação das finanças é bastante discutido pelos principais concorrentes e chama a atenção até de presidenciáveis em campanha no Rio Grande do Sul: a renegociação da dívida com o governo federal. Hoje, o Estado destina 13% de suas receitas à União devido a esses débitos. Proporcionalmente, é o mais endividado do país.

    O Datafolha perguntou aos eleitores se as propostas dos candidatos sobre a renegociação da dívida influenciarão a decisão sobre o voto. Disseram que não fará diferença 38% dos eleitores ouvidos. Para 23%, fará muita diferença e outros 16% não souberam responder.

    Tarso aposta na votação no Senado em novembro de uma proposta que altera o índice de correção da dívida. No fim de 2013, ele colocou a aprovação da medida como condição para ser candidato neste ano.

    A proposta, no entanto, tem resistência no governo federal, que teme que a revisão gere um abalo na credibilidade externa das contas do país. Oposicionistas, como Vieira da Cunha (PDT), criticam a falta de alinhamento entre o PT gaúcho e o PT nacional no assunto.

    Um ponto é consenso entre os principais candidatos: não há como ampliar investimentos e melhorar os serviços públicos do Estado sem reestruturar o endividamento. Tarso, em 2013, afirmou que o próximo governo iria apenas "pagar salários" caso não ocorresse uma mudança.

    O professor de ciência política Paulo Peres, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, considera que, apesar da grande relevância, o tema tem pouco apelo ao eleitor e está "distante do dia a dia".

    "Ao mesmo tempo, é uma forma de tirar a responsabilidade. Sempre que a coisa aperta, se diz: 'estamos amarrados por causa da dívida do Estado e a culpa disso é da União, que não renegocia'. E isso vem se arrastando", afirma.

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