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    Incêndio em avião não está confirmado, diz militar

    ELIANE CANTANHÊDE
    COLUNISTA DA FOLHA

    17/08/2014 02h00

    O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro-do-ar Dilton Schuck, não confirma que o Cessna 560 XL tenha pegado fogo antes de cair em Santos (SP), na quarta (13).
    O acidente matou o candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB) e outras seis pessoas que viajavam na aeronave.

    "Não podemos confirmar que o avião pegou fogo ainda no ar, porque não há nenhuma evidência disso, só testemunhas leigas", disse Schuck, que comanda as investigações. "As pessoas são muito sugestionáveis. A gente acha que viu algo [fogo] que não é o que a gente efetivamente viu."

    O militar afirmou que, como o acidente não é trivial, não há prazo para as conclusões da investigação.

    "Há acidentes que, de cara, nós, que somos da área, já podemos traçar desde o início as causas plausíveis. Não é o caso. Esse acidente é muito mais complexo, revertido num clima de mistério."

    Schuck cita "várias incógnitas" e a possibilidade de a situação meteorológica ter influenciado no desfecho trágico do acidente.

    TEMPO FECHADO

    Conforme a Folha apurou, o comando da área autorizou o pouso na Base Aérea de Santos, que fica no Guarujá, com uma ressalva: que fosse por instrumentos, não visual. Ou seja, o tempo estava realmente fechado.
    Schuck, porém, disse que, apesar do mau tempo, "havia condições de aproximação e de pouso para um avião sofisticado como aquele e para pilotos experientes como os que estavam no comando".

    Segundo o brigadeiro, embora não haja evidências, a hipótese levantada por setores da Aeronáutica de que os pilotos podem ter sofrido "desorientação espacial" não pode ser descartada.

    "É uma possibilidade, não não dá para afirmar [que houve desorientação espacial], porque os dois [pilotos] eram muito experientes."

    Uma equipe de dez integrantes trabalha na análise dos destroços, enquanto está sendo montada a comissão que atuará diretamente na investigação, que deverá ter entre seis e dez membros.
    acompanhamento

    Especialistas dos EUA e do Canadá virão ao Brasil para participar da investigação.

    O grupo é formado por técnicos do NTSB, principal autoridade norte-americana de investigação de acidentes aéreos, da TSB, similar do Canadá, e da FAA, a agência de aviação civil dos EUA.

    Representantes da Cessna Aircraft Company, fabricante do avião, e da Pratt & Whitney, fabricante do motor, também integram a equipe.

    Segundo Schuck, a vinda do grupo ao Brasil é "absolutamente normal". "Eles acompanham, mas não interferem", explicou. A participação é prevista pela Convenção de Chicago, que rege a aviação internacional e da qual o Brasil é signatário.
    Quanto à falta de gravações de cabine na caixa preta do avião, o brigadeiro disse que não dá para saber os motivos. "Pode ter sido falta de manutenção ou uma falha técnica, como falta de alimentação elétrica." É improvável, porém, que essa desconexão elétrica do equipamento tenha se estendido aos demais sistemas da aeronave.

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