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    'Essa é sua força', diz Marina à viúva de Campos no 1º encontro após acidente

    MARINA DIAS
    NATUZA NERY
    ENVIADAS ESPECIAIS A RECIFE

    16/08/2014 20h20

    No primeiro encontro desde o trágico acidente, foi Renata Campos quem consolou Marina Silva.

    "É essa a sua força", disse Marina segurando firme nos braços da viúva de Eduardo Campos.

    Umas das presenças mais esperadas neste sábado, véspera do enterro do candidato morto na última quarta-feira (13), a ex-senadora chegou à casa da família descendo vagarosamente os 13 degraus que dão acesso ao terraço onde estava Renata.

    Atrás dela, havia um séquito de mais de 20 pessoas, entre políticos, assessores e familiares. "Viu que ar solene de presidente?", comentou um dos visitantes.

    Carlos Ezequiel Vannoni/Fotoarena
    Marina Silva chega na casa da família de Eduardo Campos
    A ex-senadora Marina Silva chega na casa da família de Eduardo Campos

    Marina, entretanto, só se transformará oficialmente em presidenciável na próxima quarta-feira (20), quando o PSB chancela seu nome na cabeça de chapa.

    Maurício Rands, coordenador do programa de governo pelo PSB, recepcionou Marina.

    "Presidenta", afirmou. Mas logo se corrigiu: "presidenta, não, presidente", acrescentou, como quem quer evitar o vocativo preferido de Dilma Rousseff para marcar sua condição feminina.

    A cor preta do terninho da ex-senadora contrastava com a blusa floral de Renata.

    Mais cedo, com o caçula Miguel (7 meses) nos braços, recebia os pêsames do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), candidato ao governo do Estado.

    "Esse negócio de tristeza, aqui não combina. Aqui é força, alegria e coragem", disse Renata Campos.

    CANDIDATA

    O PSB superou as divergências internas e selou acordo para lançar Marina Silva à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos. Ela concordou com a inversão da chapa e deverá ser anunciada oficialmente na próxima quarta-feira (20). O novo presidente da sigla, Roberto Amaral, prometeu a Marina que ela não precisará permanecer no partido caso seja eleita.

    O PSB agora discutirá a indicação do novo vice na chapa presidencial. O deputado gaúcho Beto Albuquerque, hoje candidato ao Senado, é o mais cotado para a vaga.

    Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

    Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.

    Editoria de Arte/Folhapress

    ACIDENTE

    O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

    Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

    Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

    Editoria de Arte/Folhapress

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