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    'Ela não tinha nada que vir aqui', diz Jarbas Vasconcelos sobre vaia a Dilma

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE

    17/08/2014 11h06

    Crítico do governo do PT, o senador Jarbas Vasconcelos disse que as vaias que a presidente Dilma Rousseff recebeu neste domingo (17) ao chegar ao velório do ex-governador Eduardo Campos acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Recife são "justificáveis" porque o comparecimento dela é "falso".

    "Ela não tinha nada que vir aqui", afirmou. "É falso. Ela não gostava mais de Eduardo, queria manter distância de Eduardo", afirmou. "[Eu] não viria aqui para fazer uma falsidade dessas", disse o senador.

    Apesar de ter sido um duro crítico de Lula em seus dois mandatos, Vasconcelos afirmou que as vaias a ele não são justificadas por causa do carinho que o ex-presidente tinha por Campos. "Lula gostava dele".

    A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram vaiados ao chegarem ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, para o velório de Eduardo Campos, que se tornou adversário dos dois no ano passado, quando decidiu disputar a Presidência.

    Após as vaias, alguém puxou aplausos e o público acompanhou. Pessoas na plateia gritaram o nome de Campos.

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-ministro da Saúde de Dilma e candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, e o ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante estão junto com a presidente e o ex.

    O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o ex-governador José Serra (PSDB-SP) também já chegaram ao velório.

    O senador Aécio Neves (MG), candidato tucano à Presidência, também está presente no velório. Além dele, acompanham a cerimônia o governador Jaques Wagner (PT-BA), Agnelo Queiroz (PT-DF), Renato Casagrante (PSB-ES), Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), a ministra Ideli Salvatti (Direitos Humanos), o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, os senadores Armando Monteiro (PTB-PE) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).

    O palco onde estão os caixões de Eduardo Campos e de seus assessores Carlos Percol e Alexandre Severo está tão lotado que um segurança da presidente Dilma pediu pelo rádio para a área ser evacuada, pois a estrutura está balançando.

    O pastor Everaldo, candidato à Presidência pelo PSC, a coordenadora do programa de governo de Marina, Neca Setúbal, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT) já participam da missa campal.

    ACIDENTE

    O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

    Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

    Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

    CANDIDATA

    O PSB superou as divergências internas e selou acordo para lançar Marina Silva à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos. Ela concordou com a inversão da chapa. O novo presidente da sigla, Roberto Amaral, prometeu a Marina que ela não precisará permanecer no partido caso seja eleita.

    O PSB agora discutirá a indicação do novo vice na chapa presidencial. O deputado gaúcho Beto Albuquerque, hoje candidato ao Senado, é o mais cotado para a vaga.

    Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

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