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    Ao lado da viúva de Campos, Marina abre espaço no PSB

    MARINA DIAS
    ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

    17/08/2014 11h46

    Foi ao lado de Renata Campos, viúva de seu companheiro de chapa à Presidência da República, que Marina Silva passou grande parte do tempo após sua chegada a Recife, na tarde de sábado (16), para as cerimônias fúnebres do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.

    Eram 19h20 quando a ex-senadora entrou na casa da família, no bairro recifense de Dois Irmãos, e quase 5h da madrugada do domingo (17) quando deixou o Palácio do Campos das Princesas, sede do governo estadual, onde acontecia o velório.

    Desde que Campos morreu em um acidente de avião em Santos (SP), na quarta-feira (13), Marina está emocionalmente abalada e evita falar sobre seu futuro político. Nos dois dias que sucederam a tragédia, ficou reclusa em um apartamento em São Paulo, e só no sábado viajou a Recife.

    Na cidade do aliado, Marina foi recebida como se fosse da família. Abraçou e conversou com praticamente todos os amigos e familiares que tomavam o terraço e a sala de estar da confortável, porém não luxuosa, residência dos Campos.

    Foi consolada por Renata. Como relatou a Folha, Marina chorou ao ver a viúva pela primeira vez após o acidente e ressaltou mais uma vez "essa sua força".

    A relação de Marina com a viúva de Campos é vista dentro do PSB como uma forma de a ex-senadora abrir caminho no partido.

    Diante das resistências que integrantes da legenda impõem para a inversão da chapa, Renata dá seu recado. Já disse a aliados que seria a vontade do marido morto ter Marina como candidata ao Planalto.

    Foi esse acolhimento de Renata que chancelou o que agora é consenso no PSB: Marina será a candidata do partido na disputa pela sucessão da presidente Dilma Rousseff e terá um vice pessebista, provavelmente o deputado Beto Albuquerque (RS). A escolha do companheiro de Marina também passará pelo aval de Renata, que, segundo interlocutores, será uma importante consultora da campanha.

    LADO A LADO

    Foi ao lado dela e dos cinco filhos que a ex-senadora seguiu o cortejo fúnebre de Campos e seus dois assessores, o jornalista Carlos Percol e o fotógrafo Alexandre Severo, da Base Aérea de Recife até o Palácio do Campo das Princesas.

    Esteve o tempo todo no local reservado para a família, bem próxima ao caixão coberto pelas bandeiras do Brasil e de Pernambuco e com um porta-retrato que mostrava um sorridente Eduardo Campos. Só deixou o espaço para beber água e descansar um pouco. Cerca de trinta minutos.

    No salão principal da entrada do palácio, Marina era parada por visitantes que queriam tirar fotos. Pacientemente, atendeu a todos.

    Já perto das 5h, voltou para o lado de Renata e quatro dos filhos que ela teve com Campos - o caçula, Miguel, de apenas sete meses, ficou com a família apenas no início do velório.

    Marina e Renata trocaram confidências. Riram de causos de Eduardo, como preferem chamar o ex-governador, um grande imitador e contador de histórias.

    Foram quase nove horas na incansável noite de homenagens a Campos. Marina estava visivelmente abatida. Seus assessores, como Nilson Oliveira, Neca Setúbal, Bazileu Margarido e o deputado Walter Feldman, aguardavam o pedido da ex-senadora para ser acompanhada de volta ao hotel, o que só aconteceu quando o domingo já amanhecia em Recife.

    Campos dizia a aliados que havia construído uma relação de respeito com a ex-senadora. Ela, por sua vez, relata que já podia confiar completamente nas decisões de Campos. Estavam se entendendo.

    O entorno dos dois, apesar das divergências em diversas decisões políticas, também procuravam acertar os ponteiros. Agora, dizem pessoas próximas, é Renata quem vai fiscalizar essa relação.

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