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    Despedida de Campos foi em clima de campanha, com vaia e grito de guerra

    DO RECIFE
    DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RECIFE

    17/08/2014 21h26

    A despedida do ex-governador Eduardo Campos neste domingo (17) ganhou ares de ato político com direito a distribuição de bandeiras, jingles executados em carros de som, banners afixados a postes, vaias e gritos de "Fora, Dilma!", "Fora, PT!" e "Marina presidente!".

    Velório e enterro aconteceram quatro dias após Campos, quatro assessores -o jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo, o cinegrafista Marcelo Lyra e o assessor Pedro Valadares- o piloto Marcos Martins e o copiloto Geraldo Magela Barbosa da Cunha morrerem em um acidente aéreo em Santos (SP).

    As pessoas começaram a chegar ao Palácio do Campo das Princesas já na manhã de sábado (16). Algumas caravanas vieram do interior do Estado.

    Os caixões com os restos mortais de Campos, Percol e Severo chegaram à sede do governo por volta das 2h. A cerimônia reuniu 160 mil pessoas, segundo o governo de Pernambuco, 100 mil somente durante a 1 hora e 40 minutos de missa campal celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.

    Coberto com as bandeiras do Brasil, de Pernambuco e do PSB, o caixão de Campos foi rodeado por familiares, amigos, artistas e políticos.

    Admiradores esperavam por três horas em uma fila quilométrica para passar diante das urnas fúnebres. A maioria estava emocionada e muitos fizeram fotos e vídeos.

    Marina Silva, que com a morte do ex-governador assume a disputa presidencial pelo PSB, ficou ao lado da viúva Renata e dos cinco filhos do casal durante quase todo o tempo entre o início da noite de sábado e o sepultamento, às 18h38 de domingo.

    Pela manhã, quando chegou acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada pela multidão que recebeu bandeiras da campanha de Campos e Marina e do PSB.

    Muitos não sabiam que a pomba branca estampada na flâmula é símbolo do partido: "É a pomba da paz, essa bandeira é de luto", disse a enfermeira Dilma Santos, 48.

    Mesmo sem comparecer ao enterro, a presidente voltou a ser vaiada no cemitério de Santo Amaro, onde o corpo do ex-governador foi enterrado.

    Por outro lado, Marina era saudada como presidente em um grito de guerra antes dito com o nome Eduardo: "Brasil, pra frente! Marina presidente!".

    Renata e a mãe de Campos, a ministra do TCU (Tribunal de Contas da União) Ana Arraes, também foram saudadas e retribuíram com acenos e beijos de cima do caminhão dos Bombeiros que levou o corpo do ex-governador em cortejo. Em certo momento, os filhos de Campos mostraram quatro dedos da mão e gritaram "Quarenta! Quarenta!", número do PSB.

    Os pouco mais de dois quilômetros de cortejo entre a sede do governo e o cemitério tiveram ruas tomadas pela multidão. Nas janelas dos prédios, panos pretos e bandeiras do partido e das campanhas pessebistas nacional e estadual.

    Carros de som tocavam o jingle de Campos na campanha de reeleição em 2010 e o da presidencial deste ano. Banners com o rosto do ex-governador e frases como "Suas ideias permanecem vivas em cada um de nós" foram afixados em postes.

    Ao chegar no cemitério, uma multidão já aguardava do lado de dentro. Muitos não conseguiram entrar.

    Emocionados, Renata e os filhos beijaram o caixão e depositaram um chapéu de palha sobre ele. Sob aplausos e 20 minutos de fogos de artifício, Campos foi sepultado.

    SEPULTAMENTOS

    Velados ao lado de Campos, Carlos Percol foi enterrado no cemitério de Santo Amaro horas antes do ex-governador, e Severo foi cremado no cemitério Morada da Paz, em Paulista (Grande Recife). As cinzas do fotógrafo serão espalhadas no sertão de Pernambuco.

    A família de Marcelo Lyra optou por velá-lo no cemitério Morada da Paz, onde foi enterrado.

    Pedro Valadares foi velado e enterrado em Aracaju (SE). As cerimônias do piloto Marcos Martins aconteceram em Maringá (PR) e as do copiloto Geraldo Cunha, em Governador Valadares.

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