A ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Luciana Lóssio se declarou suspeita para julgar o recurso apresentado pelo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) contra a decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) que, no último dia 12, barrou sua candidatura. Devido a isso, um outro relator será escolhido para o caso.

Em seu despacho, Lóssio não declarou o motivo de sua suspeição. O mais provável é o fato de ela ter sido advogada do ex-governador em processos relativos à operação Caixa de Pandora, que revelou um esquema de corrupção no Distrito Federal conhecido como o mensalão do DEM.

Foi justamente devido à Caixa de Pandora que o TRE decidiu barrar a candidatura de Arruda. Cinco dias após o ex-governador apresentar seu registro de candidatura, ele foi condenado por improbidade administrativa pela Justiça de segunda instância.

O Ministério Público impugnou sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa e a maioria do TRE entendeu que, apesar da condenação ter sido posterior ao pedido de registro de candidatura, Arruda está inelegível devido à condenação por improbidade.

Com o recurso apresentado ao TSE, Arruda pode seguir normalmente com sua candidatura até que a Justiça analise seu processo, o que ainda não tem data para acontecer.

Primeiro governador preso do Brasil, Arruda é o primeiro colocado na disputa pelo governo do DF. De acordo com pesquisa Datafolha, o candidato do PR tem 35% das intenções de voto. O segundo colocado, atual governador Agnelo Queiroz (PT), conta com 19%.