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    Megatemplo da Igreja Universal atrai legião de ambulantes

    ANNA VIRGÍNIA BALLOUSSIER
    DE SÃO PAULO

    23/08/2014 02h00

    Quase cem ônibus, vindos de vários lugares do país, param num estacionamento a dez minutos de caminhada da igreja. O trajeto é organizado, na ida e na volta, para não atrapalhar o trânsito.

    O que não impede uma legião de ambulantes de abordar os fiéis na saída do culto. Sugeriam entrar "no compasso de Salomão", com relógios de parede a R$ 20. O "churrasquinho do templo" (R$ 3) podia ser degustado "sem cair no pecado da carne", prometia outro vendedor.

    Casas ao redor improvisavam na garagem banquinhas de quitutes. No templo não há qualquer comércio.

    Fiéis da Força Jovem Universal brincavam com a abundância de ofertas. Só falta a "camisinha de Salomão", diz um rapaz de topetinho e gravata. Com ela, "você pode tentar botar pra baixo, mas vai se reerguer pela glória de Deus".

    Celular e máquina fotográfica são vetados, mas era possível levar um registro do "momento histórico" para casa. Auxiliares da igreja fotografavam quem quisesse na frente da fachada, revestida com parte dos 40 mil m² de pedras importadas de Israel.

    O retrato pode ser baixado na internet, de graça.

    Alguns fiéis levam debaixo do braço o jornal "Folha Universal". Numa charge, a mão de Deus sai das nuvens e usa uma tesoura para cortar a fita vermelha do templo.

    Rosa, 46, pegou oito horas de estrada para vir do Rio de Janeiro até o Brás. Voltaria no mesmo dia, com duas filhas, a sogra e um pingente dourado com o templo em miniatura, comprado por R$ 10 na porta. "É Deus no céu e Edir Macedo na Terra", diz.

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