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    Presidente do PSB diz que partido sem conflito é 'partido stalinista'

    SEVERINO MOTTA
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    22/08/2014 20h33

    O presidente do PSB, Roberto Amaral, disse na noite desta sexta-feira, logo após protocolar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o pedido de registro de candidatura de Marina Silva, que têm orgulho de fazer parte de um partido com divergências, uma vez que "partido unânime é partido stalinista, e isso é a coisa pior do mundo".

    Após a oficialização do nome de Marina, dois dirigentes do PSB deixaram a campanha, Carlos Siqueira, então coordenador-geral, e Milton Coelho, um dos responsáveis pela área de mobilização e articulação política.

    Se declarando desprestigiado, Siqueira fez duras críticas a Marina, afirmando que ela, "nem de longe", representa o legado de Eduardo Campos e que queria "mandar" no PSB. Coelho afirmou a aliados que seu compromisso era com o ex-governador de Pernambuco.

    No lugar de Siqueira, o PSB indicou a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina. Para o de Coelho, o secretário nacional de Movimento Sindical do PSB, Joilson Cardoso. Foi indicado ainda o deputado federal Márcio França (PSB-SP) para o comitê financeiro da campanha.

    "Isso é processo da política, tenho orgulho que meu partido tenha divergências, luto para que seja um partido de ideias, de conflitos de ideias, mas de unidade na ação. Partido unanime é partido stalinista e isso é a coisa pior do mundo", disse Amaral.

    O presidente ainda comentou que Marina, pelo menos com ele, está tendo um bom trato e não está querendo "mandar". "Eu estou falando como presidente, pode ser que com outras pessoas ela possa ter tido outra atitude, agora, eu representando o partido não tenho tido nenhuma dificuldade com ela".

    Questionado se novas substituições no comando da campanha estavam previstas, Amaral disse que não e que o momento era de fazer com que a militância do PSB, que se identificava com Eduardo Campos, identifique-se com a nova chapa.

    Sobre a permanência de Marina no PSB caso venha a ganhar a eleição, Amaral destacou que essa seria uma decisão dela, uma vez que seu partido sempre tratou o grupo da nova candidata como uma agremiação política.

    "Isso é decisão dela. Nós a abrigamos e todos os companheiros por acordo público e nós tratamos a rede como se partido for. Tato que o comando da campanha é dividido, é partilhado entre Rede e PSB".

    VITÓRIA

    Mostrando otimismo com a nova chapa, Amaral disse acreditar que agora a campanha com Marina encabeçando a chapa deve arrecadar mais recursos e está, em sua opinião, com perspectiva de vitória.

    "Antes nós sentíamos que estávamos disputando as eleições e que tínhamos condição de ir ao segundo turno. Hoje estamos convencidos que paira sobre nossos ombros a grande responsabilidade de governar o Brasil a partir de 2015".

    O presidente ainda comparou a morte de Eduardo Campos como um novo junho, em referência a manifestações populares que foram realizadas em diversas cidades do país.

    Segundo ele, despertou-se na população a necessidade de se fazer política. Amaral disse que prova disso são índices de votos brancos, nulos e indecisos que estariam sendo reduzidos.

    Por fim o presidente disse que Marina não fará campanhas para candidatos que não são do PSB e não estão no "imaginário ideológico" da fundadora da Rede e espera que a nova coligação foque a campanha no que chamou de "triangulo das bermudas ampliado" e no Nordeste.

    "Triangulo das bermudas São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia e no Nordeste, onde o partido tem grande força. [Temos que] assegurar nossa força e avançar no conjunto de quatro estados da Federação".

    REGISTRO

    Com o enviou do pedido de registro de candidatura ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a corte deverá publicar, entre amanhã (23) e segunda-feira (25), o edital que abre prazo de cinco dias para eventuais impugnações da candidatura.

    A expectativa de ministros do TSE é que, caso não exista nenhum problema com o registro, como impugnações ou falta de documentos, o pedido deverá ser julgado pela corte na primeira semana de setembro.

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