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    TRE deve convocar militares para garantir eleição nas favelas do Rio

    DIANA BRITO
    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    DO RIO

    23/08/2014 02h00

    O Tribunal Regional Eleitoral do Rio deve decidir nesta segunda (25) pela convocação das Forças Armadas para garantir a segurança das eleições em favelas dominadas por traficantes ou milicianos.

    O tema será votado em plenário pelos desembargadores e juízes do tribunal após análise do relatório a ser entregue, também na segunda, pelo secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.

    Oficialmente o tribunal não reconhece a existência de currais eleitorais, mas a Folha apurou que o número de denúncias que chegam à corte tem preocupado o presidente do TRE, o desembargador Bernardo Garcez.

    Na sessão, o procurador Paulo Roberto Bérenguer defenderá a presença dos militares nas comunidades.

    Com o documento, o secretário Beltrame pretende traçar um quadro do que vem acontecendo na campanha eleitoral em morros e favelas do Rio, incluindo além da capital, a Baixada Fluminense e a região metropolitana.

    Entre os policiais há consenso de que não existe uma proibição de uma facção criminosa contra um candidato específico em todas as comunidades do Rio. O que tem acontecido são situações isoladas em cada favela, com acordos com grupos criminosos ou líderes comunitários contratados por partidos.

    Um dos casos é o candidato do governo em que Beltrame atua: o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

    Pezão é vetado no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Apesar de haver uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no local, os traficantes do Comando Vermelho são contra seu nome naquela comunidade.

    Todas as suas placas foram retiradas. Os galhardetes de candidatos a deputado estadual ou federal de sua coligação fixadas na comunidade têm o nome de Pezão riscado.

    Em outras comunidades em que a mesma facção atua, como os morros do Borel ou a favela de Manguinhos, líderes comunitários fazem campanha para o candidato.

    Pezão minimizou a ação desses grupos. "Sei que o tráfico e a milícia têm reagido à minha candidatura. Não deixo de ir a lugar nenhum, desde a nossa primeira eleição. Entrei em todos os lugares, como entrei aqui em fevereiro de 2007", afirmou Pezão.

    A Folha visitou comunidades dominadas por traficantes e milicianos. Na Rocinha, zona sul, e na Cidade de Deus, zona oeste, o único candidato a governador a fazer campanha é Anthony Garotinho (PR). Moradores contam que ele se antecipou aos adversários e fechou acordos nas comunidades para espalhar a propaganda. Para isso, teria contratado dez cabos eleitorais por comunidade.

    Marco Aurélio Lisan, assessor de imprensa da campanha de Garotinho, nega que o candidato tenha feito acordos. "Ele está indo [às comunidades]. Nenhum outro candidato está fazendo [campanha na] rua como ele, estão todos com medo de rejeição."

    Em favelas com milícias, como Rio das Pedras, não há placas de candidatos a governador –só as de um candidato a deputado estadual (Domingos Brazão, do PMDB) e de dois para deputado federal (Eduardo Cunha, do PMDB, e Geiso do Castelo das Pedras, do Solidariedade).

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