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    Ex-tucano, Walter Feldman se torna braço direito de Marina

    CATIA SEABRA
    MARINA DIAS
    DE DE SÃO PAULO
    RANIER BRAGON
    DE DE BRASÍLIA

    24/08/2014 02h00

    Homem-forte da campanha de Marina Silva (PSB) à Presidência, o ex-deputado federal Walter Feldman sedimentou sua carreira política no ninho tucano.

    Foram 25 anos de PSDB, onde transitou na órbita de Mário Covas (1930-2001), Geraldo Alckmin e José Serra, além de integrar a equipe de Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura de São Paulo.

    Há três anos, ainda no PSDB, começou a aproximação que o levaria a articular, com Marina, a construção de um partido, a Rede Sustentabilidade –para desagrado dos líderes tucanos, que o acusam de usar a estrutura do PSDB nessa nova aliança.

    Rahel Patrasso - 22.ago.2014/Xinhua
    O ex-deputado Walter Feldman ao lado da candidata à Presidência Marina Silva (PSB)
    O ex-deputado Walter Feldman ao lado da candidata à Presidência Marina Silva (PSB)

    Feldman, 60, passou por três partidos antes de cair nas graças de Marina Silva e se filiar ao PSB. Do clandestino PC do B, na década de 70, ao comitê de Marina, Feldman foi secretário de Covas, Alckmin, Serra e Kassab.

    Sua trajetória incluiu até um flerte com Paulo Maluf (PP), segundo a versão do ex-prefeito. Maluf afirma que em 1992, quando eleito prefeito, o convidou para a Secretaria Municipal de Saúde.

    "Chegamos a nos encontrar. Mas ele avaliou que teria incompatibilidade com o PSDB", relata Maluf, acrescentando: "Ele é altamente competente. Se eu fosse candidato a presidente, colocaria ele como coordenador".

    Feldman, então ex-vereador e médico plantonista em um pronto-socorro, nega o convite. "Não é verdade, jamais o Maluf me convidou, jamais aceitaria um convite", diz, afirmando que a reunião com o então prefeito da capital se resumiu a discussões sobre a área de saúde.

    PEDALANDO

    Antigos aliados do marineiro classificam a criação de faixas exclusivas para ciclistas como seu maior mérito na Prefeitura de São Paulo. Feldman é adepto das pedaladas.

    No entanto, os antigos correligionários afirmam que ele deixou inacabados muitos projetos. Entre eles, a ideia de obrigar os subprefeitos a usar um medidor de passos para conferir quem estava de fato "gastando sola de sapato".

    Em 2008, na disputa interna do PSDB, Feldman contrariou Alckmin ao abandonar sua candidatura e apoiar a eleição de Kassab. Alijado do núcleo alckmista, Feldman não conseguiu se eleger para a Câmara dos Deputados em 2010, resultado que, segundo tucanos, ele atribui a uma omissão de José Serra.

    Incorporado ao governo de Kassab, foi enviado a Londres para relatar à prefeitura a experiência dos preparativos das Olimpíadas de 2012. "Foi uma opção dele, porque tinha perdido as eleições. Ele precisava disso", disse Kassab.

    Feldman diz que, desgostoso com o PSDB, telefonou de Londres para Marina e, em outubro de 2011, teve um longo encontro com ela em São Paulo. No início, não foi bem acolhido por aliados da ex-senadora –que nele viam o resumo da "velha política".

    Mas Marina defendia Feldman. E, em 3 de outubro de 2013, ela foi definitivamente conquistada quando a Justiça Eleitoral negou o pedido de registro da Rede. Na ocasião, o ex-deputado foi taxativo: "Aonde for, estarei com você". Era o voto de fidelidade.

    Feldman ganhou prestígio junto à ex-senadora e acabou aceito pelos pares. No dia seguinte, foi o emissário da proposta de Marina que levou à aliança com Eduardo Campos.

    Além de atuar na campanha, Feldman se dedica à pregação dos benefícios da vitamina D para problemas de saúde –um tema controverso na comunidade científica.

    Hoje, como coordenador-adjunto, Feldman será o comandante de fato. O PSB indicou Luiza Erundina para a coordenação-geral, mas o gesto representa mais um afago aos militantes da sigla.

    Feldman e Erundina foram adversários quando a então petista era prefeita de São Paulo (1989-1992) e ele, seu opositor na Câmara Municipal.

    "Há muito tempo tenho relação de amizade com ela. Hoje somos quase irmãos".

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