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    Crise e estrutura frágil para campanha desafiam Marina

    RANIER BRAGON
    DE DE BRASÍLIA

    24/08/2014 02h00

    Uma natural desordem após a morte de Eduardo Campos, crise interna na montagem da nova equipe e expectativa de crescimento acelerado nas pesquisas marcaram os primeiros dias da campanha de Marina Silva à Presidência da República.

    Terceira colocada em 2010 e até então resignada com o papel de coadjuvante neste ano, a ex-ministra e ex-senadora corre contra o tempo para estruturar a candidatura.

    Ao mesmo tempo em que pretende se consolidar como a opção dos insatisfeitos com o atual sistema político, Marina precisará dispor de antídotos contra críticas que podem limitar seu crescimento.

    Um dos principais desafios, na avaliação de seus aliados, será neutralizar o discurso de opositores que apontam Marina como adversária do agronegócio, uma aventura no campo econômico e uma candidata que tende a apoiar posições conservadoras por causa de sua religião –ela é integrante da igreja evangélica Assembleia de Deus.

    INVERSÃO DE PAPÉIS

    Nos dez dias que se seguiram à queda do avião de Eduardo Campos, no dia 13, Marina e boa parte de sua equipe se dividiram entre o luto e o turbilhão de articulações que a alçaria da condição de vice do ex-governador à de candidata ao Planalto.

    A inversão de papéis não agradou a vários pessebistas, como logo ficou evidente.

    A legenda indicou para o posto de vice o deputado federal Beto Albuquerque (RS), militante histórico do PSB com bom trânsito na burocracia partidária. A composição, porém, não evitou atritos como a estrepitosa saída do coordenador-geral da campanha, Carlos Siqueira (PSB), que se sentiu desprestigiado.

    Muito ligado ao ex-governador de Pernambuco e com força na cúpula do partido, Carlos Siqueira deixou a função afirmando que Marina não representa, "nem de longe", o legado de Campos.

    Para seu lugar foi indicada a deputada federal e ex-prefeita Luiza Erundina (SP), que se tornou próxima de Marina, mas tem influência muito reduzida em sua própria sigla.

    Mesmo antes da morte de Campos, integrantes da campanha reclamavam de desorganização, que só se agravou após a morte do candidato.

    Na quarta (20), por exemplo, a equipe de marketing dizia abertamente não ter ideia do que iria levar ao ar no dia seguinte, reservado ao segundo programa do horário de propaganda eleitoral na TV.

    O programa se limitou a exibir frases do discurso de Marina após a reunião da executiva do PSB, na quarta, que homologou sua candidatura.

    MUDANÇA DE FOCO

    O foco dos programas mudou completamente. Se antes o objetivo era tornar Campos conhecido do eleitorado, agora é mostrar que Marina tem um projeto sólido e confiável para comandar o país.

    A morte do ex-governador de Pernambuco também levará para o lixo um grande volume de material de campanha produzido com o mote "Eduardo e Marina".

    O antigo site da campanha foi substituído nos dias posteriores ao acidente por notas de pesar e, agora, abriga um memorial com a trajetória de Campos. O novo site de campanha de Marina, que já está no ar, é o www.marinasilva.org.br.

    Na sexta-feira (22), alguns dos principais integrantes da campanha manifestavam reservado entusiasmo com a avaliação de que Marina já ganhou pontos suficientes para deixar Aécio Neves (PSDB) para trás e se aproximar de Dilma Rousseff (PT).

    Pesquisas internas da campanha e de adversários apontam para esse cenário. A ressalva é que é cedo para saber se essa tendência se manterá quando o impacto da morte de Campos e a exposição de Marina diminuírem.

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