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    Após relatório, Beltrame diz ser desnecessário solicitar reforço federal

    DIANA BRITO
    DO RIO

    26/08/2014 14h17

    O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, disse nesta terça-feira (26) ser desnecessário pedir reforço às tropas federais nas 41 favelas mapeadas com supostos currais eleitorais por conta da atuação de traficantes e milicianos.

    "Eu entendo que não [seja necessário ajuda federal] primeiro porque estamos investigando e, segundo, porque até agora não temos nenhuma ameaça formalizada. Informalmente, não dá para trabalhar", afirmou Beltrame após acompanhar a destruição de carros abandonados no Detran de Campo Grande, zona oeste carioca.

    O secretário disse, no entanto, que " não vê problema" se o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) entender que o governo deve chamar as forças federais para reforçar a segurança nessas favelas. "O que posso dizer é que sempre fui parceiro de qualquer Força. E crime eleitoral é de competência federal, mas mesmo assim nós estamos junto com o tribunal. Se houver ameaça registrada com nome, local e características da pessoa que interpelou o candidato nós vamos agir", disse.

    GAROTINHO

    Mais cedo, o candidato ao governo do Estado Anthony Garotinho (PR) cancelou a agenda dele no Complexo do Alemão "por segurança". Segundo a assessoria de imprensa do candidato, os seguranças dele avaliaram que mesmo supostamente pacificada a área seria considerada de risco após os últimos confrontos entre policiais e traficantes.

    Já Beltrame disse que ficou "surpreso" com atitude de Garotinho. "Temos várias unidades de polícia pacificadora [UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora] ali. Qualquer candidato que tiver algum problema lá é só procurar o comando que vai fazer sua campanha normalmente. Em segundo lugar, essa pessoa é a que mais tem propaganda dentro de todo o complexo", rebateu.

    RELATÓRIO

    Nesta segunda, Beltrame entregou ao TRE relatório no qual aponta 41 comunidades do Rio, da Baixada Fluminense e de São Gonçalo (Região Metropolitana) onde o tráfico ou a milícia estão interferindo no processo eleitoral. O relatório descreve situações em que esses grupos criminosos estariam beneficiando alguns candidatos e impedindo a entrada de outros.

    O documento foi apresentado ao desembargador do TRE, Fabio Uchoa. "Pelo que vejo há necessidade de solicitação de forças federais. A situação parece caótica", afirmou Uchoa, indicando que votará pela vinda dos militares.

    O presidente do TRE do Rio, desembargador Bernardo Garcez, disse que irá esperar um ofício do governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) para decidir se pede ou não a presença das Forças Armadas na eleição deste ano no estado.

    De acordo com Garcez, o tribunal só pode pedir auxílio federal se o governador fizer o pedido formal e não apenas com a análise de um relatório policial. O assunto foi analisado na sessão desta segunda (25), a partir de denúncias encaminhadas ao TRE e a Procuradoria Eleitoral de que candidatos estariam proibidos de fazer campanhas em áreas dominadas por traficantes ou milicianos.

    O presidente do tribunal determinou que cópias fossem cedidas aos outros desembargadores e que o tema fosse analisado na sessão de quarta-feira (27). O desembargador Garcez questionou o fato do relatório não ser conclusivo sobre a vinda ou não das Forças Armadas mas apenas relatar os fatos.

    "Áreas de influência em eleição sempre existiram. Isso vem de muitos anos. O documento tem muitas meias palavras. Vamos aguardar a resposta do governador que vai se expressar com clareza e não através de um preposto", disse o desembargador Garcez.

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