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    Para candidato do PSOL em SP, lucro da Sabesp precisa ser reinvestido

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    27/08/2014 02h00

    O candidato ao governo do Estado pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Gilberto Maringoni, 56, não era a primeira opção da agremiação para ocupar o Palácio dos Bandeirantes em janeiro. Mas a desistência do filósofo Vladimir Safatle, colunista da Folha, abriu brecha para o historiador e professor universitário de relações internacionais da Faculdade do ABC aceitar o convite.

    "O PSOL é o partido que mais tem candidatos ao governo no Brasil. Estamos na disputa para ganhar, para colocar o papel do Estado democrático no debate", defende Maringoni, pai de três meninas. Duas adultas e uma ainda adolescente.

    Em entrevista feita em sua casa, no bairro do Belém, zona leste de São Paulo, onde ele vive há 30 anos, Maringoni defendeu um maior poder para o Estado, não por questões ideológicas, mas por melhorar a gestão de todas as áreas.

    Leia, a seguir, trechos da entrevista, feita na manhã de sexta-feira (22).

    Por que votar na sua candidatura e no PSOL?
    Nosso tema central na campanha é trazer para o debate o papel do Estado. Se o Brasil deixou de ser uma grande fazenda de café, por volta dos anos 1930, para se transformar em um Estado industrial moderno, nos anos 1980, foi por causa do Estado. Temos que mudar o papel que ele tem.

    A ideia é voltar e reestatizar as empresas paulistas?
    Em São Paulo, ocorreu um forte processo de privatização nos 1990. Empresas de eletricidade, de telefonia e bancos foram vendidos. A Sabesp também teve 49,5% de suas ações negociadas na bolsa de Nova York nos últimos anos. É papel do Estado, não por questões ideológicas, mas para termos uma melhor gestão, diminuir essa participação privada em empresas de serviços públicos, como é exatamente o caso da Sabesp.

    O Estado tem dinheiro disponível para recomprar ações?
    É importante dizer que não tenho nada contra o lucro do setor privado. Mas buscar lucro privado para distribuir aos acionistas dentro de uma empresa pública é difícil. No caso da Sabesp, parte da crise da água atual ocorreu por falta de investimentos. Metade do que a empresa lucrou acabou sendo distribuído aos acionistas, que têm todo o direito a receber porque compraram ações da empresa. O lucro da Sabesp precisa ser reinvestido na empresa.

    De onde virão os recursos para o Estado investir nas áreas essenciais, sem a participação da iniciativa privada?
    São Paulo investe hoje R$ 13 bilhões por ano. Mas ele paga, por causa da dívida financeira que tem com o Governo Federal, a quantia de R$ 14 bilhões. Isso precisa ser renegociado. Outra fonte de recursos importante é a dívida ativa do Estado. Entre pequenos e grandes devedores São Paulo tem por volta de R$ 190 milhões para receber, praticamente o valor do orçamento anual do próprio Estado. Precisamos executar esse valores.

    O PSOL participou das manifestações de junho de 2013 nas ruas de uma forma muito ativa. Qual é a ligação entre o partido e os adeptos da prática 'black block'?
    Nenhuma. Muito pelo contrário. A ação dos 'black blocks' nas manifestações afastou as pessoas das ruas. Eu cheguei a ir com a filha adolescente às passeatas. Mas quando percebi que elas ficaram perigosas não fui mais. Não consigo entender a relação entre quebrar um orelhão e melhorar o país.

    Como melhorar a qualidade da educação estadual?
    Com mais dinheiro. É preciso pagar mais aos professores, para que eles possam se reciclar e investirem na preparação das aulas.

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