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    Marina ataca governo de Aécio e rebate Dilma sobre pactos após protestos

    DE SÃO PAULO

    27/08/2014 00h09

    Diferentemente do esperado pelas campanhas, a candidata Marina Silva (PSB) não poupou seus rivais de ataques diretos no primeiro debate entre presidenciáveis nas eleições deste ano, promovido pela Band nesta segunda-feira (26).

    Ao comentar questão sobre a gestão da máquina pública, a ex-senadora criticou a gestão federal do PSDB, dizendo que encontrou a pasta do Meio Ambiente, que ela chefiou entre 2003 e 2008, "um ministério sem servidores".

    Marina ainda emendou crítica à principal vitrine de Aécio Neves (PSDB), sua gestão à frente do governo de Minas Gerais (2003-2010).

    "Aécio criticou a propaganda cinematográfica de Dilma, mas fala de sua gestão de Minas Gerais do mesmo jeito, uma Minas que não vê o Vale do Jequitinhonha, que não valoriza a educação", disse a pessebista.

    O tucano rebateu as críticas, afirmando que investiu nas regiões mais pobres, como o Vale do Jequitinhonha e o Vale do Mucuri (regiões norte e nordeste de Minas, respectivamente), três vezes mais que no restante do Estado, proporcionalmente.

    "Acredito que por desconhecimento do que por má fé, a candidata desconhece os professores e o Vale do Jequitinhonha. Em Minas Gerais, nós recuperamos as desigualdades com o décimo quarto salário e programa de metas", disse Aécio. De fato, as grandes cidades da região têm melhorado seu desempenho na Prova Brasil, principalmente no 5o ano do ensino fundamental.

    O tucano, em oportunidade anterior, havia criticado Marina, questionando a coerência do que ela chama de "nova política".

    MANIFESTAÇÕES DE 2013

    Embora Dilma tenha poupado Marina, a recíproca não foi verdadeira. Em sua primeira oportunidade de perguntar a um candidato, Marina escolheu a presidente e questionou "o que deu errado", já que as mudanças propostas pelo governo após as manifestações de 2013 "não foram implantadas".

    "Quando tivemos as manifestações de junho, você apresentou uma série de pactos para tentar atender às demandas. Nenhum funcionou. O que deu errado?", indagou a ex-ministra.

    Em sua resposta, Dilma defendeu que o programa Mais Médicos e a aprovação de lei com destinação de 75% dos royalties da exploração do pré-sal foram respostas às manifestações. Por outro lado, a presidente dividiu a responsabilidade dos fracassos com o Congresso.

    "Eu considero que tudo deu certo. (...) Fizemos o compromisso da reforma política, mas não foi aprovada no congresso, acho que deveria passar por uma consulta popular."

    Apesar da aprovação dos 75%, o governo federal queria um percentual menor. E o impacto disso será sentido apenas em anos. Dilma, porém, não falou sobre o que especialistas consideram o mais importante no caso do Brasil, que são medidas para melhorar a qualidade do ensino básico.

    MARINA X AÉCIO

    Marina Silva teve sua coerência questionada pelo adversário Aécio Neves. O tucano questionou o fato de Marina afirmar que, se eleita, quer o apoio de políticos como José Serra (PSDB), a quem ela se negou a apoiar no segundo turno da eleição presidencial de 2010.

    "A senhora tem falado muito sobre a nova política. Disse que não subiria no palanque de vários políticos, entre eles Geraldo Alckmin. Depois, disse que contaria com o apoio de José Serra, a quem recusou-se a apoiar em 2010. A senhora não acha que a nova política não precisa de coerência?", questionou.

    Marina rebateu o adversário e disse que, quando fala em "nova política", se refere ao fim da polarização entre PT e PSDB. "Me sinto inteiramente coerente. Defender a nova política e combater a velha polarização que há 20 anos constitui um atraso para o nosso país. E quando eu disse que não iria subir em palanques, eu mantive a coerência, porque não queria fortalecer os partidos da polarização", disse a candidata.

    Aécio insistiu na pergunta e tentou colar a imagem de Marina à do PT, ao qual a ex-ministra do Meio Ambiente fez parte. "Confesso que continuo com dificuldade de entender. Para mim, existe a boa política e a má política. Eu continuo defendendo a boa política, defendendo a estabilidade da moeda, que a senhora opôs quando era do PT", afirmou.

    A candidata do PSB rebateu novamente Aécio e acusou o PSDB de, "juntamente com o PT", tentar "desunir" o Brasil. Marina, em mais de um momento, aproveitou suas respostas para fazer críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição.

    Já a presidente Dilma poupou a adversária do PSB e mirou suas críticas às gestões do PSDB na Presidência. A petista foi irônica ao questionar o rival tucano, e aproveitou a pergunta para comparar os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    "O Brasil tem hoje a menor taxa de desemprego da história. quando o Fernando Henrique Cardoso, do seu partido, entregou o cargo a Lula, o desemprego era o maior. Que medidas impopulares o senhor irá tomar, além da redução do emprego e da redução do salário mínimo?", questionou Dilma.

    Aécio respondeu lembrando que, ao assumir a presidência, Dilma elogiou as medidas adotadas pelo governo tucano para estabilizar a economia brasileira.

    "Se não fosse as medidas econômicas tucana não teria havido presidente Lula. Foram os programas sociais de FHC que iniciaram o Bolsa Família. A senhora deveria reconhecer os feitos do presidente FHC", defendeu.

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