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    Dilma grava para campanha em atos oficiais

    MARIANA HAUBERT
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    30/08/2014 02h00

    Desde o início do período eleitoral, em julho, a presidente Dilma Rousseff tem direcionado a sua agenda oficial para viagens com o objetivo de gravar imagens para o seu programa eleitoral.

    A petista intensificou as gravações nos locais em que considera ter bons exemplos da sua gestão para evitar ter que falar sobre elas de dentro de um estúdio de TV.

    Até sexta-feira (29), Dilma havia realizado oito agendas casadas, em que cumpre agenda como presidente e também grava como candidata. As agendas foram divulgadas pelo Palácio do Planalto como compromissos de trabalho presidencial.

    O mesmo roteiro foi divulgado pela campanha petista com a indicação de gravação de imagens para os programas eleitorais.

    Antes do início do horário eleitoral no rádio e na televisão, Dilma reclamou de ter que falar sobre as obras de dentro de um estúdio. Ela determinou ao marqueteiro da campanha, João Santana, que alterasse o formato da propaganda. Dilma exigiu viajar aos Estados para fazer as gravações.

    Na semana passada, Dilma percorreu o sertão pernambucano ao lado do ex-presidente Lula para vistoriar as obras da transposição do rio São Francisco. A dupla gravou inserções para o programa de TV nas cidades de Cabrobó e Floresta, municípios cortados pelo projeto. A obra está quatro anos atrasada.

    No mesmo dia, na comunidade de Batatinha, na zona rural de Paulo Afonso (BA), Dilma gravou com a trabalhadora rural Marinalva Gomes Filha, 46, que recebeu dois dentes novos e um fogão à lenha na véspera da gravação, como revelou a Folha.

    A presidente também voltou às hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Porto Velho (RO), na última terça (19) onde gravou com trabalhadores em uma plataforma. Dilma esteve no local há menos de cinco meses, mas não fez gravações na época. Para o programa de TV, a equipe de João Santana já havia captado imagens do local.

    Apesar de ter ido como presidente, o PT decidiu que irá pagar por todas as viagens com agenda casada. A intenção do partido é evitar que haja acusações de uso da máquina pública. O montante gasto, no entanto, só será acertado entre o PT e o governo no final do pleito eleitoral. De acordo com a legislação, o partido tem até dez dias úteis após o término das eleições para prestar contas. Até o momento, o PT não tem uma estimativa de quanto foi gasto.

    A campanha de Dilma declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pretende gastar até R$ 298 milhões.

    OPOSIÇÃO

    O coordenador jurídico da campanha presidencial do PSDB, deputado Carlos Sampaio, critica o expediente adotado pelos petistas.

    "Eles se valem de uma agenda de campanha para inserir compromissos oficiais tão somente para justificar a ida para tal localidade. Evidente que não é um ato de gestão. É um ato de campanha, que tem evidentemente um caráter eleitoral", disse.

    O PSDB apresentou uma ação no TSE contra o PT e Dilma por ela ter utilizado um helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira) para, durante sobrevoo às usinas de Jirau e Belo Monte, gravar imagens para o programa eleitoral.

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