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    Programa de Marina é 'cópia do PSDB', diz ministro de Dilma

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE

    29/08/2014 21h11

    O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) se disse "decepcionado" com o programa de governo que a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) apresentou nesta sexta-feira (29). Segundo o petista, o documento é uma "cópia" do programa do PSDB, que "volta à era FHC".

    "Estou surpreso com o programa da Marina, é uma cópia do PSDB. Além das questões vagas e imprecisas, o resto é cópia do PSDB. Estou assustado, esperava um programa mais progressista, um programa que não falasse em voltar ao que era a era FHC", disse Carvalho, em alusão ao governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

    "Estou profundamente decepcionado", disse o ministro antes de participar de um evento de motivação da militância petista no Recife na noite desta sexta-feira (29).

    Carvalho criticou a abordagem que o programa dá a questões como o pré-sal e autonomia do Banco Central.

    "Marina começa a perder aura de candidata mais difícil de bater. A nova política é um retorno ao passado?", disse o ministro.

    Apesar dessa avaliação, Carvalho disse que não cabe à presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, "bater" em Marina. Essa função, para ele, é de Aécio Neves, candidato pelo PSDB.

    "Não temos que começar a querer atacar Marina, desconstruir a Marina", afirmou. "Vamos deixar isso para o Aécio. Quem está desesperado é ele porque, se nós estamos preocupados porque a Marina cresce, nós estamos no jogo, o Aécio está ficando fora do jogo. Então, ele vai ter que ir para o ataque", afirmou.

    PESQUISAS

    Gilberto Carvalho conversou com jornalistas antes da divulgação da pesquisa Datafolha que apontou empate entre Marina e Dilma, ambas com 34% das intenções de voto. Aécio Neves registrou apenas 15%.

    Ao comentar o desempenho de Marina Silva, afirmou que este "fenômeno" não pode ser subestimado pela campanha petista.

    "Temos que ver, primeiro, até onde vai esse fenômeno da Marina. Acho que ele é consistente, não é onda passageira. Ela capta uma porção de sentimentos das ruas. Eu não subestimo. Mas precisa não ficar demasiadamente preocupado nem angustiado", afirmou.

    As últimas pesquisas mostram que Marina tem percentuais de intenção de voto superiores aos de Dilma em Pernambuco, Estado em que o governo do PT tem altos índices de aprovação, puxados por programas sociais como o Bolsa Família.

    Para reverter a situação, o PT pretende, além de motivar a militância, aumentar o número de agendas de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado. Ambos devem ir a Pernambuco na próxima quinta-feira (4).

    Apesar da força de Lula, Carvalho defendeu parcimônia no uso da imagem do ex-presidente na propaganda eleitoral.

    "O Lula é uma figura fundamental, mas tem que ser usado a ponto de não encobrir o candidato principal e, ao mesmo tempo, não tornando cansativa a presença dele", afirmou. "O que vai aumentar, certamente, são as ações do Lula nesta reta final".

    IMPRENSA

    Gilberto Carvalho voltou a dizer que o governo petista foi injustiçado pela imprensa.

    "Sofremos brutal cerco da imprensa nestes 12 anos", disse o ministro. "Houve uma sonegação de informação, muitas vezes, do real significado de cada intervenção. Tanto que as pessoas estão olhando para a televisão e dizendo este não é o país em que vivem."

    "Com isso, não digo que não erramos, que não podíamos ser melhor. Nada disso. Não tem ausência de autocrítica. O que tem é uma visão parcial, sob o meu ponto de vista, de um processo, [o] que dificultou muito", afirmou.

    O ministro atribuiu até mesmo os xingamentos sofridos por Dilma na abertura e no encerramento da Copa do Mundo neste ano à falta de "debate político" por parte do PT.

    "Permitimos que um certo padrão de ideologia fosse tomando conta a ponto de Dilma ser xingada com aquele palavrão sem fazer uma contraofensiva através do debate político mais forte. Acho que isso é um pecado, um erro dos partidos que nos apoiam, mas mais do PT em particular e também do governo", afirmou.

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