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    Rio de Janeiro

    PT trabalha para evitar aproximação entre Marina e Lindbergh no Rio

    ITALO NOGUEIRA
    DO RIO

    29/08/2014 21h15

    A coordenação de campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff tenta evitar a aproximação entre o senador Lindbergh Farias (PT), candidato ao governo do Rio, e Marina Silva (PSB).

    A estratégia de Marina é não apoiar publicamente candidatos de PT e PSDB, para evitar a polarização das duas siglas. Mas ela dividirá material de campanha com o petista e aliados de ambos destacam pontos em comum para viabilizar a aproximação.

    O PSB faz parte da aliança do petista no Estado e o apoio da ex-ministra é visto entre aliados de Lindbergh como uma forma de alavancar sua candidatura, estacionada em 4º lugar nas pesquisas de intenção de voto.

    O PT, contudo, considera a disputa presidencial prioritária e não quer correr riscos no Estado onde Marina teve seu melhor resultado em 2010. A campanha de Dilma enviou 30 toneladas de material para o Rio e orientou a militância sobre críticas à ex-ministra.

    "Nesse momento, pode existir uma tentação grande. Mas seria inadequado. O candidato ao governo tem que evitar uma aproximação maior com candidato a presidente de outra chapa", disse o coordenador regional da campanha de Dilma, Adilson Pires.

    No primeiro evento de Marina no Rio, neste sábado (30), o petista não irá. Inicialmente, a estratégia do grupo de Marina é destacar a candidata como a terceira via fora da polarização PT-PSDB.

    "Essa é a posição que foi assumida desde o início: que eu teria autonomia para não estar nos palanques da polarização", disse Marina na última quarta-feira (27).

    Mas integrantes das duas campanhas destacam pontos em comum entre os dois para viabilizar a aproximação.

    Usam como exemplo o voto do petista no Senado contra mudanças no Código Florestal e declarações de apoio quando a ex-ministra não conseguiu formalizar a criação da Rede Sustentabilidade.

    Desde o início da campanha, o petista tem tentando classificar-se como uma opção da "nova política" no Estado, em contraposição ao ex-governador Anthony Garotinho (PR) e ao atual, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Discurso semelhante ao de Marina.

    "Do ponto de vista de um eventual futuro governo Marina, o Lindbergh será um aliado desde já. Na campanha é uma situação a ser construída", disse o vereador Jefferson Moura (Psol), coordenador da Rede no Rio.

    O senador tem feito sua campanha distanciado de Dilma, e aposta mais na imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente tem quatro candidatos no Rio e irritou Lindbergh por iniciar sua campanha ao lado do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Os dois terão eventos juntos apenas no fim de setembro.

    Apesar disso sua campanha reconhece a dificuldade política de aproximação com Marina no atual cenário.

    "Por mais que a Dilma tenha feito muita campanha junto do Pezão, essa aproximação só pode ser feita com muito cuidado. Nossa candidata é a Dilma", disse o coordenador da campanha de Lindbergh, Washington Quaquá.

    Nos cartazes, contudo, Lindbergh deve aparecer primeiro ao lado de Marina. O PSB-RJ está confeccionando cartazes com os dois e Romário (PSB), candidato ao Senado. Entre as 30 toneladas de material enviadas ao Rio pela campanha presidencial, nenhum menciona os candidatos ao governo da base.

    Sérgio Lima-20.jun.2013/Folhapress
    Lindbergh Farias, candidato do PT ao governo do Rio, durante entrevista ao programa "Poder e Política"
    Lindbergh Farias, candidato do PT ao governo do Rio, durante entrevista ao programa "Poder e Política"
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