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    Cursos-relâmpago inflam vitrine eleitoral de Dilma

    RENATA AGOSTINI
    FLÁVIA FOREQUE
    JOHANNA NUBLAT
    DE BRASÍLIA

    31/08/2014 02h00

    Alardeada pela campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) como "o maior programa profissionalizante do mundo", a iniciativa federal para formar técnicos e melhorar a qualificação do trabalhador vem sendo impulsionada por inscrições em cursos rápidos, como de vendedor, recepcionista e manicure.

    Segundo levantamento inédito do Ministério da Educação, feito a pedido da Folha, o programa tem atraído menos interessados em cursos verdadeiramente técnicos, como de enfermagem, eletrotécnica e mecânica.

    Quando lançou o Pronatec, em 2011, o governo já previa uma maior procura pelos cursos que duram de dois a quatro meses. Na campanha, porém, Dilma tem ignorado essa distinção ao entoar os dados da iniciativa do eleitor.

    "No que se refere à educação considero que tivemos um grande salto. Vou citar o Pronatec. Oito milhões de jovens e adultos com acesso ao ensino técnico", disse durante o primeiro debate entre candidatos à Presidência, promovido pela Band.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Os cursos mais céleres e simples, chamados de Formação Inicial e Continuada, é que garantirão a Dilma Rousseff alcançar neste ano a meta de 8 milhões de matrículas no Pronatec, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.

    A formação técnica, que é o principal objetivo do programa, representou apenas 28% das matrículas registrada até o final de julho.

    Os cursos técnicos têm duração mínima de um ano e há casos que chegam a três anos. Podem ser feitos enquanto o jovem cursa o ensino médio ou após formar-se na escola.

    São cursos práticos voltados para o mercado de trabalho e dão direito a um diploma em sua conclusão.

    Já os de formação inicial e continuada, com duração média de três meses, têm exigência de escolaridade mais baixa e servem para dar noções básicas sobre uma função ou aperfeiçoar o conhecimento do aluno que deseja reingressar no mercado de trabalho. Não há diploma, apenas um certificado de participação.

    No total, os dez cursos de Formação Inicial e Continuada mais procurados receberam 890 mil matrículas. Já os dez cursos técnicos mais populares tiveram 390 mil.

    Dilma sempre fez questão de pontuar que o mote do Pronatec era a formação de técnicos capazes de suprir a demanda das empresas e das indústrias brasileiras.

    "Com o Pronatec, queremos que o país, cada vez mais, tenha uma geração de jovens com formação técnica de qualidade, capazes de melhorar nossos produtos e serviços", disse em outubro de 2012 no programa de rádio "Café com a Presidenta".

    Desde o ano passado, o governo tem intensificado a propaganda do Pronatec. Em 2013, ele foi de longe a iniciativa com a qual o Ministério da Educação mais gastou em publicidade –R$ 15,7 milhões, mais da metade do aplicado pela pasta em propaganda.

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