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    Tucanos temem redução de doações com queda de Aécio

    DANIELA LIMA
    MACHADO DA COSTA
    DE SÃO PAULO
    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA
    JOÃO ALBERTO PEDRINI
    DO ENVIADO A S. JOSÉ DO RIO PRETO (SP)

    31/08/2014 02h00

    Os principais aliados de Aécio Neves temem que o resultado ruim que o presidenciável do PSDB obteve na última pesquisa do Datafolha provoque a asfixia financeira de sua campanha eleitoral.

    O receio de que ele passe a ser visto como candidato inviável levou seu comitê a cobrar ação rápida para tentar recuperar o terreno perdido.

    Aécio apareceu na pesquisa com 15% das intenções de votos, queda de cinco pontos em relação ao levantamento anterior. Há 15 dias, aparecia como o nome da oposição que mais ameaçava a reeleição de Dilma Rousseff (PT).

    Esse diagnóstico garantiu que Aécio tivesse uma arrecadação atípica para a sigla no primeiro mês de campanha. Ele conseguiu praticamente o dobro do obtido em 2010 pelo ex-governador José Serra no mesmo período. Ultrapassou o PT: teve R$ 11 milhões contra R$ 10,6 milhões de Dilma.

    Como a ascensão de Marina Silva (PSB) nas pesquisas é recente, os aecistas acham que os efeitos aparecerão em meados de setembro. Muitos tucanos apontam uma migração de setores antes fechados com Aécio na direção dela.

    Alfredo Risk/Folhapress
    Os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves durante campanha em Ribeirão Preto, no interior paulista, neste sábado
    Os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves durante campanha em Ribeirão Preto, no interior paulista

    APROXIMAÇÃO

    Setores do PSDB e da campanha tucana também já começaram a defender algum grau de aproximação com a candidata do PSB. O sentido não é o de traição, pois a hipótese é ventilada por fiéis interlocutores do candidato, mas o de assegurar influência política no pós-eleição.

    Para esse grupo, o que está em jogo não é a derrota de um candidato, mas a própria sobrevivência do partido e da manutenção de Aécio como liderança nacional.

    Essa defesa parte da avaliação de que a onda Marina Silva dificilmente será interrompida e que uma desconstrução da imagem da candidata não é tarefa fácil como imagina o PT.

    Restaria, então, o pragmatismo de olho no futuro: restringir os duros ataques à Dilma e, assim, selar pontes com a ex-senadora.

    Até porque, na hipótese de derrota de Dilma para a também ex-ministra de Lula, o PT assumiria a vanguarda da oposição, relegando o PSDB a uma espécie de "série B" do time opositor.

    Enquanto a noção da onda, da troca de ciclos, foi expressa pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o vice de Aécio, senador Aloysio Nunes, pregou, em conversas reservadas, o embate total e sem distinção.

    A tática dividirá o tucano. Aécio tem dito que ainda é cedo e que é preciso entender melhor o cenário. A hipótese de aproximação com Marina, contudo, não está descartada.

    No sábado (30), ele afirmou ver no programa de governo apresentado por Marina uma "homenagem".

    "O programa dela, na verdade, reforça nossas ideias do ponto de vista econômico. Me senti imensamente homenageado", disse, em visita a São José do Rio Preto (SP).

    Segundo Aécio, não há coerência no discurso da rival. "Entre o original e coerente desde sempre e as últimas posições da candidata Marina, acredito que os brasileiros ficarão com original, porque nós defendemos essas propostas a vida inteira."

    "Aquele que acha que de forma solitária, ou messiânica, que pode apresentar um caminho, caminhando sobre as águas, e levar a todos a um futuro melhor, se frustará se acreditar nisso", complementou o presidenciável.

    EXPOSIÇÃO NOS ESTADOS

    A campanha tucana planeja ampliar a exposição de Aécio nos Estados em que o PSDB acredita que pode retomar terreno mais rapidamente, como São Paulo e Minas, e a região Sul, redutos tradicionais da sigla.

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