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    CPI do Metrô de SP será instalada no Congresso só depois das eleições

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    02/09/2014 15h35

    A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista do Congresso que vai investigar o cartel do Metrô de São Paulo vai começar os trabalhos somente depois das eleições.

    Apesar de o PT ter interesse em instalar a comissão de inquérito para desgastar a gestão do PSDB em São Paulo, o Palácio do Planalto teme que as investigações arranhem a imagem de membros da sigla a um mês das eleições.

    Deputados da oposição prometem apresentar um elo entre a Alstom e a gestão do PT no governo federal, o que acendeu o sinal de alerta no Planalto e abriu caminho para o adiamento dos trabalhos. A CPI já foi oficialmente criada, mas precisa eleger o presidente e o relator para ser efetivamente instalada.

    O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), membro mais idoso da comissão de inquérito, abriu a reunião nesta terça-feira (2) para que a CPI fosse instalada. Sem quórum, o petista adiou o início dos trabalhos para o dia 7 de outubro –próxima data em que haverá votações no Congresso, já depois do primeiro turno das eleições.

    Havia também nos bastidores uma disputa entre PT e PMDB pela relatoria da comissão, mas os peemedebistas indicaram o presidente da CPI, que será o senador João Alberto (PMDB-MA). O PT indicou para a relatoria o deputado Renato Simões (PT-SP), ex-deputado estadual que fez forte oposição ao PSDB em São Paulo.

    O cartel em licitações para obras e serviços de manutenção do Metrô e da CPTM teria operado de 1998 a 2008, com o aval de três gestões do PSDB em São Paulo –Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, que é candidato à reeleição.

    Em julho de 2013, a Folha revelou que a multinacional Siemens delatou a autoridades antitruste a existência do cartel e fez acordo que lhe garantirá imunidade se as denúncias forem comprovadas.

    Além da Siemens, o cartel envolvia as empresas Alstom, Bombardier, CAF e Mitsui.

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