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    Vice de Marina ironiza proposta do governo de apoiar igrejas

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    02/09/2014 18h04

    Candidato à vice-presidência na chapa de Marina Silva (PSB), o deputado Beto Albuquerque ironizou nesta terça-feira (2) a ofensiva do governo para atender uma das principais bandeiras evangélicas no Congresso com o apoio à proposta da Lei Geral das Religiões.

    "Tem que perguntar por que o governo está tendo um choque espiritual a três meses de acabar o seu governo", afirmou.

    O Palácio do Planalto irá desengavetar a proposta, que foi apresentada em 2009, e há mais de um ano está parada no Senado. A proposta concede diversos benefícios às instituições religiosas, entre eles tributários.

    A intenção do governo é conter o crescimento de Marina, que já aparece empatada nas pesquisas de intenção de votos com a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.

    Como primeiro ato, o Planalto determinará nesta semana o status de urgência à proposta, o que permitirá ao projeto pular etapas de tramitação e ganhar prioridade de votação.

    O texto estende a igrejas evangélicas e outras denominações religiosas benefícios concedidos pelo governo brasileiro à Igreja Católica, a partir de um acordo feito com a Santa Sé em 2008. Trata-se de tentativa de furar a adesão das igrejas pentecostais à campanha de Marina Silva, que é evangélica.

    Albuquerque classificou ainda como oportunismo a proposta feita por Dilma para criminalizar a homofobia. A promessa foi feita nesta segunda-feira (1º) após o debate promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan.

    "Esse projeto de lei está desde 2006 tramitando no Congresso. Mas pouca gente fez força para que se transformasse em lei. São oito anos que esse projeto tramita aqui. O governo da Dilma fez alguma coisa nesse período? Mobilizou a sua base? Não", alfinetou.

    O pessebista lembrou, no entanto, que cabe ao Legislativo analisar a proposta mas ressaltou que o governo pode mostrar um posicionamento.

    Ele negou que o PSB tenha recuado na questão em seu programa de governo e disse que a modificação feita no fim de semana se deu por falta de uma mediação dentro do próprio partido.

    "Nós achamos que, de fato, devemos respeitar direitos humanos, de qualquer natureza, sejam gays ou não gays, crentes ou não crentes, é crime. Agora, a mediação em um programa de governo é uma necessidade. Tem que fazer a mediação. Isso que foi feito", disse.

    O pessebista minimizou as críticas feitas por setores ligados ao movimento LGBT e afirmou que só será possível saber se a medida resultou em perda de apoio após as eleições.

    "Se ganhamos ou se perdemos apoio nós vamos ver no dia cinco nas urnas. Essa é a melhor forma de ver. É muito precoce dizer se perdemos ou não apoio. Não podemos transformar isso numa tragédia que não é. E eu desafio todas as outras candidaturas a apresentar um esboço mais completo, mais profundo que o nosso sobre o assunto. Pelo menos até agora ninguém demonstrou isso dessa forma", disse.

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