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    Ex-diretor da Petrobras começa a colaborar com a polícia

    NATUZA NERY
    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA

    02/09/2014 18h50

    Depois de dias de negociação, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa iniciou seus depoimentos para ajudar a polícia a desvendar, com detalhes, um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef.

    O acordo de delação premiada precisa, ainda, ser homologado pelo juiz federal responsável pela Operação Lava Jato. Caso o executivo delate políticos com foro privilegiado, também terá que homologado pelo Supremo Tribunal Federal. O acordo prevê atenuantes para a pena em troca de informações.

    Advogado de Youssef, Figueiredo Bastos diz não saber se o acordo foi efetivado, mas afirma que seu cliente está cercado por "delatores" e que, em algum momento, terá de decidir se também fará ou não a delação.

    Segundo a Folha apurou, o acordo para a delação premiada, se homologado, fará com que o ex-executivo de Abastecimento da petroleira estatal tenha de devolver às autoridades parte de seu patrimônio, além de pagar uma multa milionária.

    Na semana passada, Paulo Roberto Costa negociou com a Polícia Federal e o Ministério Público os termos da delação. Desde sexta-feira, ele vem prestando esclarecimentos. Tudo está sendo gravado. Os documentos entregues por ele são lacrados para evitar vazamentos.

    O prazo estipulado para ouvi-lo é de 15 a 20 dias, o que é considerado fora do comum pela polícia. Em geral, esse prazo costuma ser menor. A extensão dos depoimentos indica que Costa pode ter muito a dizer.

    Deflagrada em 17 de março pela PF, a Operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Os suspeitos, segundo a operação, eram responsáveis pela movimentação financeira e pela lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em diferentes crimes.

    O caso tem ramificações políticas, fruto da relação do doleiro Youssef com diversas autoridades, entre elas o deputado André Vargas, ex-PT.

    Já Paulo Roberto Costa é suspeito de receber propina do esquema de corrupção.

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