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    Armínio Fraga diz que vai baixar a meta de inflação se Aécio for eleito

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    04/09/2014 17h56

    O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, apontado pelo candidato do PSDB Aécio Neves como sua escolha para o Ministério da Fazenda, disse nesta quinta-feira (4), que, caso Aécio seja eleito, pretende baixar a meta de inflação, hoje em 4,5%.

    Ele defende, no entanto, que, antes de o governo reduzi-la, a meta atual deve ser atingida "sem truques". "O que queremos fazer é atingir a meta e baixá-la um pouco, porque 4,5% parece um pouco alto demais para qualquer padrão: padrões globais, acadêmicos, históricos", disse Fraga a jornalistas, durante coletiva no Council of The Americas, em Nova York.

    O ex-presidente do Banco Central disse que, com a inflação acima da meta "há algum tempo" -hoje ela está no teto de 6,5%–, é preciso questionar "por que o sistema não está funcionando".

    "A meta está no centro de uma margem [de dois pontos acima ou abaixo], que não deve ser usada a não ser que haja problemas, como um choque de oferta ou outros fatores que levem a inflação para acima da meta", disse.

    Quando Fraga foi presidente do BC, entre 1999 e 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso, as metas de inflação chegaram a 8% (1999) e 6% em 2000 (com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos). Nos dois últimos anos, 2001 e 2002, foram menores que a atual (4% e 3,5%, respectivamente).

    Diante da decisão do Banco Central de manter em 11% ao ano a taxa básica de juros (Selic), Fraga defendeu taxas de juros "mais normais".

    "Faria muito bem ao Brasil se tivéssemos taxas como as de nossos pares no mundo –e nem estou falando taxas zero como aqui [nos EUA], agora, que está no outro extremo", disse.

    Quando assumiu o Banco Central em 1999, em meio à crise cambial que quase quebrou o país, Fraga elevou a Selic de 25% para 45%.

    Ele defende que a decisão sobre taxas de juros deve ser exclusiva do BC, sem a interferência do governo. A campanha de Aécio, terceiro colocado nas pesquisas, tem como proposta uma "autonomia operacional" do banco.

    Fraga, contudo, disse acreditar que a decisão sobre taxas de juros deve ser exclusiva do BC, sem a interferência do governo. A campanha de Aécio, terceiro colocado nas pesquisas, tem defendido uma "autonomia operacional" do banco.

    "O governo deve estabelecer a meta de inflação e o Banco Central pode definir suas políticas monetárias para chegar lá", disse, destacando que no governo Dilma "não há uma independência formal do BC".

    Ante pesquisas de intenção de voto cada vez menos animadoras para Aécio, Fraga disse que "não planeja" estar num governo sem o tucano. "Estou comprometido com o Aécio, acho que ele é o melhor candidato. (...) Sem ele, não planejo estar no governo."

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