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    Família de Campos quer que União pague indenização a outras vítimas

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    05/09/2014 19h59

    O advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em Santos, quer que a União e a Cessna, fabricante da aeronave, paguem as indenizações às vítimas do voo e aos moradores afetados em solo.

    O pedido da família de Campos será apresentado ao Ministério Público Federal. Além de Campos, outras seis pessoas morreram na tragédia, sendo quatro assessores, o piloto e o copiloto da aeronave.

    "Não dá para buscar o [ressarcimento] do dano maior sem achar a razão de acidente. Mas, enquanto isso, não dá para esperar", disse o advogado à Folha sobre a situação dos familiares das vítimas e também dos moradores.

    A investigação sobre as causas do acidente ainda não foram concluídas. No final de agosto, o irmão de Campos visitou os moradores e prometeu apoio às famílias.

    "Eu não prometo uma coisa sem fazer. O partido [PSB] admite, no futuro, a possibilidade de ajudar em caso de ausência da seguradora."

    A representação na Procuradoria tem como alvo a União porque, segundo ele, a base aérea de Santos não poderia ter autorizado o pouso da aeronave com o tempo ruim do dia do acidente.

    O advogado alega também que o sistema de auxílio de voo da base é "muito antigo e praticamente inoperante", o que "pode também ter influenciado". A base aérea de Santos de é responsabilidade da Força Aérea Brasileira.

    Procurada, a FAB informou que não comentará as falhas apontadas por Campos.

    "À Força Aérea cabe apenas investigar o acidente para identificar os fatores contribuintes", disse, em nota.

    INDENIZAÇÕES

    Sobre as indenizações, o irmão de Campos afirma que a legislação prevê formas de serem resolvidas de forma "intermediária" ou "definitiva".

    A "definitiva" depende do final das investigações, ainda sem uma data prevista.

    Por isso, o documento ao Ministério Público Federal sugere a "forma intermediária" para reparar os danos de forma mais rápida.

    Para isso, os envolvidos, como a fabricante Cessna, devem acionar suas seguradoras. Ao final das investigações, podem recorrer, caso se prove que não estão entre as causadoras do acidente.

    O advogado aponta falhas estruturais no avião, como a caixa-preta, que não teria gravado as últimas horas de voo.

    "Não é normal uma caixa-preta não estar funcionando. Se cai no fundo do mar, se acha e continua funcionando", disse. Além disso, ele entende que há um "erro de projeto" sobre o recolhimento de flaps em alta velocidade.

    Os flaps são um dispositivo que, acionado, amplia a área das asas da aeronave para dar mais sustentação em baixas altitudes, como em pousos ou decolagens.

    Procurada, a Cessna não respondeu até a conclusão desta reportagem.

    "Estamos acompanhando as investigações e em breve nos pronunciaremos sobre uma visão das causas do acidente", disse Campos.

    Arquivo pessoal
    Antônio Campos, em Santos, em visita a moradores de casas atingidas pelo avião que matou seu irmão, Eduardo Campos Crédito: Arquivo pessoal
    Antônio Campos, em Santos, em visita a moradores de casas atingidas pelo avião que matou seu irmão, Eduardo CamposCrédito: Arquivo pessoal
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