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    Análise: Rumo na economia depende mais do carimbo da presidente

    GUSTAVO PATU
    DE BRASÍLIA

    06/09/2014 02h00

    Apesar da indicação de mudanças na equipe econômica em um eventual segundo mandato, a mensagem da campanha de Dilma Rousseff não dá sinais de abalo nas convicções da presidente.

    Nas palavras da petista na quinta (4), "eleição nova, governo novo, equipe nova". Na véspera, falou em "atualização das políticas e das equipes". Trata-se de mais um passo num hesitante caminho rumo a algo parecido com autocrítica. Dilma tem admitido também não estar "plenamente satisfeita" com os resultados de seu mandato.

    Afinal, o país apresenta hoje sintomas de recessão, no pior desempenho de um quadriênio de estagnação da renda nacional combinada com inflação elevada.

    Dilma praticamente explicita a troca de Guido Mantega e sua equipe na Fazenda –o que, imagina-se, pode elevar a credibilidade dos anúncios e previsões oficiais. Mais obscuro, porém, é o que seria a tal "atualização das políticas".

    O ainda ministro está irremediavelmente associado a promessas de melhora da economia e de controle dos gastos públicos sempre descumpridas em pouco tempo. Mas não é Mantega quem dá as cartas na política econômica, menos ainda o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini –é a economista Dilma, centralizadora de decisões.

    O carimbo presidencial está em todas as estratégias executadas pela Fazenda e pelo BC nos últimos anos: expansão acelerada dos gastos públicos com abandono das metas fiscais; redução das taxas de juros (depois revertida) com abandono da meta de inflação; estímulo ao consumo e ao investimento por meio do crédito oferecido pelos bancos públicos; represamento de tarifas para evitar o estouro da inflação, com perda para as estatais.

    Se fracassou ao tentar reanimar a economia e gerou inflação e desalento dos empresários, essa miscelânea intervencionista permitiu manter o desemprego em baixa e programas assistenciais em alta.

    E esse é o trunfo central da campanha de Dilma, que se gaba de enfrentar a crise internacional sem perda de empregos e "arrocho" dos salários.

    A petista já deu provas de acreditar no acerto de suas escolhas –diferentemente de Lula e FHC, que mudaram equipes, políticas e orientações sem remorsos.

    O comprometimento de Dilma com as teses de seu mandato foi intensificado pela necessidade de se contrapor, na campanha, à agenda liberal abraçada por Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

    Atacou, por exemplo, as propostas de conceder autonomia ao BC e restabelecer as metas de inflação. Ou, em outras palavras, defendeu a tutela do BC pelo Planalto e a tolerância com a alta dos preços.

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