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    PSDB de Minas vai usar na TV caso Petrobras contra o PT

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE

    08/09/2014 16h04

    O PSDB de Minas Gerais vai explorar na propaganda da TV o caso Petrobras, que o partido tem chamado de "mensalão 2". A intenção é desgastar o PT para tentar mudar o panorama da disputa no Estado.

    A inclusão da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no programa eleitoral foi anunciada nesta segunda-feira (8) pelo próprio candidato a governador, o tucano Pimenta da Veiga, que está atrás do seu principal concorrente nas pesquisas, o petista Fernando Pimentel.

    "Nós vamos ajudar o mineiro a refletir sobre os fatos. Isso que aconteceu na Petrobras, eu não me lembro de ter visto até hoje uma corrupção mais escandalosa, mais escabrosa do que essa", disse Pimenta.

    Reprodução
    Propaganda do PSDB de Minas Gerais no site do partido
    Propaganda do PSDB de Minas Gerais no site do partido

    A inserção desse tema na campanha é parte de uma ofensiva tucana contra o PT. Pimenta disse que os programas vão conter as propostas de governo da sigla, mas haverá também o que chama de "ação política na campanha".

    No programa de TV da noite desta segunda-feira (8), Pimenta fez um pronunciamento para tratar dos desvios da Petrobras. O programa mostrou as capas de todos os jornais e revistas com manchetes para a questão, e o candidato propôs uma "reflexão sobre esse fato".

    "As denúncias de mais esse caso de corrupção revelam uma sórdida trama montada para tomar de assalto a Petrobras e arrancar da maior empresa brasileira dinheiro para financiar um projeto de poder. [...] Assim como no mensalão, garantir apoio para o PT no Congresso. Mudam os nomes dos envolvidos, mas não muda o jeito PT de governar. [...] Minas e o Brasil não merecem isso", disse Pimenta.

    Antes de chegar à propaganda eleitoral na TV, o caso já era explorado pelo PSDB mineiro no site da campanha.

    Logo que o site é acessado, aparece uma tela na qual é feito um pedido de desculpas pelo "incômodo", mas que é para que as "mentiras" não prevaleçam.

    Em duas imagens, vem o ataque: "O PT de Pimentel nega a existência do mensalão"; "a verdade: o Supremo Tribunal Federal manda prender os petistas amigos de Pimentel, e agora a revista 'Veja' denuncia o mensalão 2".

    Em Minas, segundo levantamento do Datafolha da semana passada, Pimentel tem 32%, e Pimenta, 24%. Antes da propaganda, o petista tinha 29%, e o tucano, 16%.

    REAÇÃO

    Pimentel disse não vai entrar no "nível baixo" dos tucanos. "O adversário já proclamou publicamente que vai fazer uma campanha agressiva, chegando até à violência. [...] Acho que deve se esperar da campanha adversária um nível muito baixo, nós não vamos reproduzir isso, não, vamos continuar na nossa tranquilidade", disse.

    Em nota, o PT abordou a delação de Costa atacando o PP, partido aliado nacionalmente ao PT e citado no novo escândalo. É que em Minas o PP sempre foi aliado do PSDB, que segue as orientações do presidenciável Aécio Neves.

    Os petistas lembram que o governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, e o deputado estadual Dinis Pinheiro, vice de Pimenta, são os "expoentes" do PP-MG.

    O PT também citou o mensalão tucano (desvio de recursos públicos na campanha eleitoral do PSDB-MG de 1998), dizendo que nunca ouviu Pimenta defender o julgamento, e citou ainda a investigação que e Polícia Federal faz sobre o candidato tucano a governador por envolvimento passado dele com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

    A nota critica ainda Aécio, que tem atacado o PT após as notícias da delação.

    "A meia indignação sugere o tucano no papel de lobo em pele de cordeiro, o que não condiz com a atuação republicana que se espera de um senador da República e de quem deseja ser presidente do país", afirma o texto.

    Sobre a nota do PT reagindo aos ataques tucanos, Pimenta disse: "Nós não tememos nada quanto a qualquer investigação. É evidente que o PT agora vai começar a nos agredir porque isso é característico do PT, mas essa investigação na Petrobras tem que ir a fundo. O que nós queremos é isso".

    Editoria de Arte/Folhapress

    O CASO

    No último final de semana, a revista "Veja" publicou que o ex-diretor da Petrobras afirmou, em depoimento, que 12 políticos estiveram envolvidos em esquema de corrupção na estatal.

    Costa citou Sérgio Cabral (ex-governador do Rio), Roseana Sarney (governadora do Maranhão), João Vaccari (tesoureiro nacional do PT), Henrique Alves (presidente da Câmara), Renan Calheiros (presidente do Senado), Edison Lobão (ministro de Minas e Energia), Mário Negromonte (ex-ministro das Cidades de Dilma), os senadores Ciro Nogueira e Romero Jucá, e os deputados Cândido Vaccarezza e João Pizzolatti, além do ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, morto em 13 de agosto, também foi citado como beneficiário.

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