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    Ao falar da Petrobras, adversários devem 'olhar seus telhados', diz Dilma

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    08/09/2014 18h33

    A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (8) que há "uso eleitoreiro" das denúncias de corrupção na Petrobras e que seus adversários na disputa pela Presidência da República deveriam "olhar os seus telhados" antes de criticarem o governo e a estatal.

    "Hoje, há [exploração eleitoreira do caso Petrobras]. Até porque os dois candidatos não podem esquecer os seus telhados. Eu não vou ficar aqui falando do telhado de ninguém, mas eles devem olhar os seus telhados. O meu telhado tem a firme determinação na investigação. Ele é um telhado cobertinho pela Polícia Federal investigando, o Ministério Público com autonomia", disse ao referir-se aos adversário Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

    Dilma disse que há "muitos que esperam" que as denúncias reveladas, a menos de um mês das eleições, pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa atinjam sua campanha.

    Em entrevista no Palácio da Alvorada, a presidente afirmou que nunca respondeu processos por improbidade administrativa, mesmo tendo ocupado cargos no governo do Rio Grande do Sul e no governo federal, durante a gestão do ex-presidente Lula. Também fez uma defesa enfática da Petrobras ao afirmar que a empresa não pode ser atacada por atos cometidos por "um indivíduo".

    A presidente convocou entrevista coletiva como ato de campanha na residência oficial da Presidência. Dilma afirmou que o "vazamento seletivo" de informações reveladas pelo ex-diretor da estatal podem resultar na anulação do processo criminal, já que as investigações correm em segredo de Justiça pela Polícia Federal.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A presidente disse que espera ter acesso ao depoimento de Paulo Roberto Costa, como solicitado neste domingo (7) pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) à Polícia Federal. Dilma disse que a resposta da PF não foi "suficiente", por isso o governo vai solicitar oficialmente ao Ministério Público e ao STF (Supremo Tribunal Federal) se não tiver o pedido atendido.

    "Eu não quero o que dizem, quero fatos e comprovações. Também não quero atrapalhar a investigação. Considerando que não atrapalho a investigação, quero dados na medida em que vazou."

    Dilma também fez ataques ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sem citar o tucano, ao afirmar que em "governos anteriores" houve limitações na atuação da Polícia Federal e não foram realizadas investigações relacionadas à Petrobras.

    "Afundam uma plataforma que custou US$ 1,5 bilhão. A refinaria Pasadena custou US$ 800 milhões. Alguém investigou o afundamento da plataforma? Não. Depois não foi investigado porque ninguém vai tocar para trás, vai tocar pra frente. Se a gente fosse investigar, falariam que a gente está fazendo vingança", disse em referência ao afundamento da plataforma P-34, ocorrida no governo FHC.

    CAMPANHA

    Dilma classificou de "mentira e inverdade" que o ingresso do ex-ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) em sua campanha à reeleição tenha por objetivo minimizar os efeitos da crise da Petrobras.

    "Isso é uma mentira, uma inverdade. O Rossetto está na coordenação da campanha porque foi decidido na semana passada, antes desse evento. Ele é uma pessoa experimentada, foi vice-governador do Rio Grande do Sul, tem toda uma trajetória política."

    Rossetto se afastou do cargo oficialmente nesta segunda-feira para se dedicar à campanha de Dilma. O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) também pediu férias a partir desta segunda para se dedicar à campanha de Dilma.

    Editoria de Arte/Folhapress
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