O candidato do PSC à Presidência, Pastor Everaldo, afirmou nesta terça-feira (9) que a presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição, deveria renunciar ao cargo e à sua candidatura em razão das denúncias de corrupção na Petrobras. Para o presidenciável, a petista não pode afirmar que não sabia o que ocorria na estatal.

Sem citar especificamente um caso de corrupção, Everaldo disse que o atual governo transformou a empresa em "foco de vergonha nacional". O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa apresentou, na semana passada, uma lista com os nomes de políticos que supostamente receberiam propina com os desvios na Petrobras. A revelação fez parte de um acordo de delação premiada que Costa fechou no dia 22 de agosto com os procuradores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

"Ela deveria renunciar à Presidência e à sua candidatura. A gestora que controla o país não pode deixar isso acontecer e ainda dizer: eu não sabia de nada", afirmou o candidato do PSC, durante sabatina do jornal "O Globo", no Rio. O candidato voltou a defender a privatização da estatal.

Nesta segunda-feira (8), a presidente afirmou que jamais imaginou haver "malfeitos" em negócios envolvendo a Petrobras tanto no período em que esteve à frente do Conselho de Administração da estatal quanto nos três anos e meio de seu governo.

	Joel Silva-28.ago.2014/Folhapress
	O candidato do PSC à Presidência da República, Pastor Everaldo

Membro da base de apoio do governo federal durante o governo Lula (2003-2010), pastor Everaldo classificou o mensalão como "o início", quando havia "o benefício da dúvida".

"O PSC nunca foi ouvido [na época do mensalão]. Naquela época havia o benefício da dúvida. Nós não sabíamos. Agora, tem um antecedente. Acontecia e repetiu. Não é possível que o evento se repetiu e se tenha o mesmo discurso. A atual presidente é responsável por todo o caos que se tem na Petrobras", afirmou o pastor.

Questionado a quem declararia apoio no segundo turno, ele não respondeu diretamente. Mas disse: "Chega de PT".

"Não dá para admitir que a cúpula de um partido está na cadeia e se julgam e são tratados como heróis pela atual presidente, pelo seu partido e pelo ex-presidente."