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    Dilma rebate Marina e diz que autonomia do BC 'não dá certo'

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    10/09/2014 16h23

    Candidata à reeleição pelo PT, a presidente Dilma Rousseff voltou a atacar nesta quarta-feira (10) sua oponente, a candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, ao dizer que sua proposta de autonomia do Banco Central é uma questão que "está dando certo no mundo". Dilma afirmou que é preciso escutar todos os setores da sociedade, incluindo os bancos, mas disse que deixá-los ditar a política monetária do país é outra história.

    "Nós não achamos necessário a autonomia do Banco Central. Ela [Marina] diz que eu corroí a autonomia do Banco Central. Eu acho que cada setor neste país merece ser escutado, ouvido e ter seus interesses considerados como legítimos. Quaisquer setores, incluindo os bancos. Agora, entre isso e eu achar que os bancos podem ser aqueles que garantem a política monetária, fiscal e cambial vai uma diferença", afirmou Dilma em entrevista realizada no Palácio da Alvorada.

    Para Dilma, a proposta de autonomia do Banco Central reflete uma visão econômica "que não está dando certo no mundo".

    "Temos de encarar seriamente as propostas nestas eleições. Me parece que o que estão querendo aplicar aqui é uma política recessiva aberta que não está dando certo no mundo", afirmou.

    Marina disse nesta terça-feira (9) que o Banco Central já é autônomo mas que tal autonomia está corroída "por causa da contabilidade criativa que o governo faz, do controle criativo que o governo faz, do controle artificial da inflação, da baixa credibilidade que tem, baixando e diminuindo os investimentos".

    De acordo com a candidata, a medida visa controlar a inflação para que o país possa ter credibilidade.

    Nesta terça-feira (9), Dilma já havia elevado o tom da resposta à Marina, acusando-a de "entregar aos banqueiros" a condução da política econômica se for eleita. O ataque foi feito em um comercia de 30 segundos veiculado na televisão.

    "Ou seja, os bancos assumem um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo. Você quer dar a eles esse poder?", pergunta o locutor do comercial, que a seguir mostra uma família que fica sem ter o que comer.

    Marina reagiu em Betim (MG), falando para cerca de 200 pessoas numa praça. "Nunca os banqueiros ganharam tanto como no seu governo", disse. "Agora, eles que fizeram o bolsa empresário, o bolsa banqueiro, a bolsa juros altos estão querendo nos acusar de forma injusta em seus programas eleitorais."

    Nesta quarta-feira, Dilma afirmou que é Marina quem tem de explicar o que pretende com a autonomia do Banco Central. "Quem quer autonomia do BC não sou eu, quem tem de explicar por que quer, não sou eu. Quem acha hoje que a questão fundamental do país é pagar a dívida pública sabendo que nós somos um dos países que tem feito nos últimos anos superávit primário sistematicamente", disse.

    A presidente convocou uma coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada e iniciou sua fala ressaltando as ações do governo para as Micro e Pequenas Empresas no país, como a aprovação da lei que universaliza o acesso do setor de serviços ao Supersimples, regime simplificado de tributação para micro e pequenas empresas. Mas as novas categorias incluídas no regime podem não ter redução nos impostos.

    Ela defendeu também o programa lançado na manhã desta quarta-feira, do Pronatec Aprendiz para a Micro e Pequena Empresa, que amplia a participação dos jovens no mercado de trabalho. Para tornar a proposta atraente para os empresários, a União arcará com parte dos custos da certificação.

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