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    Sem Barbosa, eleição vira assunto principal em festa de Lewandowski

    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA
    BRUNO BOGHOSSIAN
    DO PAINEL, EM BRASÍLIA

    11/09/2014 21h53

    "Será que Joaquim está em Brasília?", questionou uma magistrada ao tentar cumprimentar Ricardo Lewandowski na quarta-feira (10), na festa que comemorou a posse do novo presidente do STF.

    A ausência mais comentada no evento, em uma casa de festas na capital federal, tinha razão de ser: relator do mensalão, Joaquim Barbosa protagonizou ao lado do revisor do caso, Lewandowski, os episódios mais polêmicos do julgamento do mensalão em 2012. Portanto, era, na visão de um assessor do judiciário, "natural" o seu "no show".

    Enquanto degustava uma taça de vinho, um ministro palpitou: "Joaquim se aposentou para não ter que viver este momento. Não queria ter que passar o bastão para Lewandowski".

    Nas rodas pelo salão do espaço Unique eram servidas bebidas, camarões com gergelim e salgados. Magistrados circulavam entre parlamentares e advogados renomados do país, como Sepúlveda Pertence e Heleno Torres, que figurou entre os cotados para assumir uma cadeira na corte no ano passado.

    Entre os parlamentares, estavam os deputados federais Candido Vaccarezza, Vicente Candido e Paulo Teixeira, todos do PT de São Paulo. Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) também marcaram presença.

    Para magistrados, Cardozo está em campanha pela vaga de Barbosa. "Já estava posando como ministro de STF", brinca um integrante do Judiciário. Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Dias Toffoli também foram cumprimentar o colega de STF. Animado, o ministro Dias Toffoli foi o último ministro a sair da festa, depois inclusive do dono da noite.

    Entre advogados e magistrados, a curiosidade era sobre o cenário eleitoral: Dilma ou Marina? Juristas faziam cara de interrogação ao refletir sobre a qualidade dos interlocutores de Marina no Judiciário. Já um advogado que circula nos tribunais superiores chegou a passar a mão no rosto simulando desespero na eventual possibilidade da reeleição da petista.

    Ouvido pela Folha sob a condição de anonimato, um integrante da corte foi na mesma linha do advogado, criticando veladamente à eventual vitória da presidente: "Dilma não ouve ninguém".

    Mas e Marina? "O problema é que Marina é uma onda, vamos ver se ela segura", resumiu um criminalista.

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