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    Polícia Civil descarta colisão de avião de Campos com drone

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    12/09/2014 18h25

    O 7º Distrito Policial de Santos, no litoral paulista, descartou que a colisão com uma aeronave não tripulada tenha causado a queda do avião que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSB) e mais seis pessoas em 13 de agosto.

    A hipótese foi levantada pelo Ministério Público Federal de Santos em um documento "urgente e sigiloso" enviado à Força Aérea Brasileira (FAB) em 25 de agosto.

    No documento, o procurador Thiago Nobre solicitava informações sobre a possível presença de um drone modelo "Acauã" na região da Base Aérea de Santos no momento do acidente.

    Rodas semelhantes ao do modelo teriam sido fotografadas no local do acidente. Entretanto, a Polícia Civil concluiu que elas pertenciam a um carrinho de bebê que estava dentro do avião e era usado pelo filho mais novo de Campos, nascido em janeiro.

    De acordo com a FAB, dois militares do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) compareceram ao Ministério Público de Santos três dias depois do envio do ofício para esclarecer a hipótese de colisão com um drone.

    A FAB afirma que autorizou o voo de um drone no intervalo de 11 a 31 de agosto em uma área a 20 quilômetros de distância do aeródromo de Santos, mas nenhum voo foi realizado.

    Sobre o "Acauã", a FAB esclarece que o voo mais recente ocorreu em 23 de novembro de 2013, na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (a 211 km de São Paulo).

    Em nota, a FAB informou ainda que possui três drones deste modelo e todos estão no hangar da Divisão de Sistemas Aeronáuticos (ASA) do Instituto de Aeronáutica e Espaço, em São José dos Campos (a 97 km de São Paulo).

    Antônio Campos, irmão de Eduardo Campos, havia afirmado que o envolvimento de um drone no acidente era uma "hipótese real". Ele visitou os moradores cujas casas foram atingidas pelo avião em 27 de agosto, quando também teve acesso ao documento enviado à FAB pela Procuradoria.

    Campos defende que a União e o fabricante Cessna indenizem os moradores prejudicados e as famílias das vítimas que morreram no acidente.

    A INVESTIGAÇÃO

    O procurador Thiago Nobre não quis se manifestar sobre a investigação, alegando que a investigação sobre acidentes aéreos no país é sigilosa. A lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em maio deste ano.

    Segundo o 7º DP de Santos, a investigação não será mais responsabilidade da Polícia Civil. Um ofício encaminhado nesta semana informou que a investigação será feita pela Justiça Federal.

    Além disso, por não ter encerrado a investigação no prazo de 30 dias, a Polícia Federal informou que pedirá nesta sexta-feira (12) ao Ministério Público a prorrogação do prazo.

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