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    Petistas do MA usam artimanhas para não apoiar Lobão Filho

    DIÓGENES CAMPANHA
    ENVIADO ESPECIAL AO MARANHÃO

    14/09/2014 02h00

    Inconformada com o apoio formal do PT a Lobão Filho (PMDB), uma ala do partido se desdobra para pedir votos para Flávio Dino (PC do B).

    Um dos líderes do comitê informal pró-Dino conseguiu fazer propaganda até em pleno horário eleitoral do PT.

    Candidato a deputado federal, Márcio Jardim escolheu o número 1365 –13 do PT e 65 de Dino. E enfatiza a "coincidência" em suas inserções: brada o "65" e arremata: "Entendeu, né?".

    Jardim e outros dissidentes com mais recursos contratam produtoras para suas gravações. Assim, evitam a firma que o PMDB oferece aos candidatos e driblam a possibilidade de dividir a tela com o nome de Lobão Filho.

    Outra artimanha é atrasar ao máximo a entrega dos arquivos para a empresa que coloca os programas no ar, para não dar tempo nem para a inserção da marca d'água com o "15" peemedebista.

    A tática é a mesma na produção gráfica: quem tem dinheiro escapa de imprimir o nome de Lobão.

    Jardim chegou a fazer peças com a foto de Dino ao lado dele, Lula e Dilma, o que é vedado por lei. Funcionários do PT contam que o dissidente vai diariamente à sede do partido pregar seus cartazes.

    A prática, no entanto, recebeu a censura de algum petista zeloso, que colou adesivos redondos com o "13" sobre o rosto de Dino.

    Os petistas pró-Dino criaram ainda, a poucos metros da ponte José Sarney, em São Luís, um comitê informal para distribuir material de campanha do candidato.

    PT 'OFICIAL'

    Enquanto os dissidentes se empenham nas "táticas de guerrilha", o apoio formal do PT a Lobão Filho ganhou a forma de uma van.

    O veículo, batizado como "Caravana do PT", carrega bandeiras vermelhas com o nome de Dilma e a estrela do partido para exibição ao lado das carreatas e diante de palanques do peemedebista.

    A van carrega até dez militantes por jornada. A agente administrativa Patrícia Pinheiro, 27, distribuía adesivos de Lobão Filho na beira de estrada em Lago da Pedra, na noite de quinta-feira (11).

    "Ainda não sou filiada, mas visto a camisa do partido e apoio o candidato", disse. Ela afirmou que os militantes recebem ajuda de custo para as viagens, mas não quis revelar o valor.

    Para Paulo Romão, secretário de relações institucionais do PT-MA, a maior contribuição do partido para Lobão Filho são os "dois cabos eleitorais de luxo" –Lula e Dilma– e o tempo de TV da sigla. "Ele está com 30% [no Ibope] por causa do PT".

    O programa do PMDB tem 9min31, e o de Dino, 5min59.

    O grupo que seguiu a posição oficial do partido também diz que Dino tem ligações com a oligarquia que promete combater –argumento encampado por Lobão Filho na horário eleitoral.

    O pai do candidato, Sálvio Dino, foi amigo de Sarney e deputado pela Arena, o partido que dava sustentação à ditadura militar. "Desde os 16 anos tive visão diferente da dele [pai], e ele respeitava isso", afirma Dino.

    Sálvio também ocupou cargo de confiança no governo Roseana, como titular adjunto numa secretaria. Pediu exoneração em 2010, quando o filho foi derrotado pela governadora nas eleições.

    Petistas pró-PMDB questionam as presença, na aliança comunista, do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), que rompeu com Sarney em 2004 e concorre a deputado federal, e do ex-prefeito de São Luís João Castelo (PSDB), também candidato a federal.

    Castelo derrotou Dino nas eleições municipais de 2008. Na ocasião, o PT também rachou: abriu mão de candidato própria para apoiar o comunista, hoje rival.

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