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    Alckmin maquia programa de combate ao crime na TV

    CÁTIA SEABRA
    REYNALDO TUROLLO JUNIOR
    ROGÉRIO PAGNAN
    DE SÃO PAULO

    16/09/2014 02h00

    A propaganda eleitoral do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na TV exalta como ações da gestão tucana algumas ferramentas de combate ao crime que ainda não estão funcionando em São Paulo.

    A vitrine da campanha do candidato à reeleição é uma tecnologia batizada de Detecta, que visa integrar os bancos de dados da polícia com as imagens de câmeras para identificar atitudes suspeitas nas ruas em tempo real.

    Embora a propaganda diga que a implantação do sistema ocorreu no mês passado, na prática ele ainda produz pouco efeito prático e não há prazo para ser concluído.

    E, segundo relatório da Secretaria da Segurança, existem "graves falhas" no principal banco de dados que seria a base do Detecta.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A propaganda do PSDB convida os eleitores a conhecer a "a tecnologia que Geraldo Alckmin trouxe de Nova York para São Paulo".

    Em resposta aos ataques adversários à sua política de segurança, ela mostra um rapaz de capacete na porta de um imóvel, ao lado da inscrição "atitude suspeita".

    Mas a tecnologia disponível ainda não identifica essas imagens suspeitas –porque a configuração do sistema ainda não foi feita.

    O governo diz que as imagens são só ilustrativas.

    Da mesma forma, diferentemente do que é veiculado na TV, a polícia não tem condições de saber de forma confiável se a cena registrada pela câmera está num ponto com histórico alto de crimes.

    Essa eficiência depende da integração de bancos de dados. O principal deles, chamado de RDO/Infocrim, apresenta distorções que comprometem a ação do Detecta.

    Pelos registros do sistema, por exemplo, 24% dos crimes ocorridos na avenida Paulista em fevereiro ocorreram no inexistente número zero. Na rua 25 de Março, 26% dos crimes também se concentram no inexistente número zero.

    Os dados reforçam a conclusão de um relatório elaborado pela Secretaria de Segurança –e enviado há 14 meses ao governo– pelo qual graves falhas no registro das ocorrências "comprometem o controle de crime".

    Produzido entre 2010 e 2011 pela Coordenadoria de Análise e Planejamento da Segurança (CAP), ele afirma que 49% dos casos na capital e região metropolitana foram computados em endereços errados, como os "números padrão" (como 9999), sendo 29% lançados como 1 e 0.

    Isso significa que os policiais acionados pelo Detecta nesses casos não têm dados confiáveis do histórico criminal do lugar para onde vão.

    O diagnóstico sobre os problemas na base de dados chegou à antessala do gabinete de Alckmin em 3 de junho de 2013. Foi enviado pela então coordenadora da CAP, a socióloga Sueli Andruccioli Felix, e recebido por Thierry Montenegro Besse, assessor técnico da Casa Civil.

    Para Andruccioli, a eficácia do Detecta pode ser afetada "se a base de dados continuar do mesmo jeito".

    Pelo relatório da CAP, falhas podem induzir "comandantes operacionais a erros quando na decisão sobre como distribuir recursos humanos e materiais".

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