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    Candidato do PMDB cita Cachoeira para atacar governador tucano em GO

    PATRÍCIA BRITTO
    DE SÃO PAULO

    16/09/2014 11h59

    O candidato do PMDB ao governo de Goiás, Iris Rezende, aproveitou seu programa eleitoral na noite desta segunda-feira (15) para falar sobre o suposto envolvimento entre o governador e candidato à reeleição, Marconi Perillo (PSDB), e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

    O programa (assista abaixo) exibiu trechos de reportagens sobre investigações da Polícia Federal a respeito da suposta relação entre Cachoeira e Perillo. Entre as reproduções está o áudio de uma conversa entre o governador e o empresário, em que ambos se tratam como "amigos".

    Em 2012, Cachoeira foi preso no curso de uma operação da Polícia Federal, sob acusação de chefiar um esquema de jogos ilegais e de corrupção de agentes públicos. Ele foi condenado a 39 anos de prisão, mas recorre da pena em liberdade.

    O Congresso instalou uma CPI mista (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar o envolvimento de Cachoeira com políticos, mas a comissão terminou sem responsabilizar ninguém, após acordo entre os partidos integrantes.

    Na época, Perillo enfrentou desgaste por suspeita de ter vendido a Cachoeira uma casa por R$ 1,4 milhão, o que teria possibilitado ao grupo do empresário "abrir portas" no governo. Ele sempre negou as ligações com Cachoeira.

    Veja vídeo

    FACEBOOK

    O programa do PMDB também exibe a decisão do juiz auxiliar do TRE-GO Rodrigo de Silveira, que rejeitou um pedido feito por Perillo para a retirada de publicações feitas no Facebook contra o governador de Goiás.

    O tucano entrou com representação judicial contra a rede social e contra a assessora parlamentar Cristina Kott, que publicou uma montagem de fotografias em que Cachoeira aparece tirando uma máscara com o rosto de Perillo, acompanhada da frase "A face oculta do poder de Goiás?".

    Inicialmente, o juiz havia concedido liminar pela retirada da publicação, mas ao julgar o mérito do caso, decidiu pela improcedência da ação.

    Na decisão, Silveira afirma que "de fato havia um segundo poder, oculto, no Estado, chefiado pelo aludido contraventor [Cachoeira]" e que "a relação entre o representado e Carlos Cachoeira, como também é de conhecimento público, ultrapassa aspecto moralmente negocial e para alcançar ligação de verdadeira amizade".

    Reprodução
    Imagens veiculadas no programa do PMDB em Goiás na noite desta segunda-feira (15)
    Imagens veiculadas no programa do PMDB em Goiás na noite desta segunda-feira (15)

    CAMPANHA

    Não foi a primeira vez que o nome de Cachoeira apareceu na campanha eleitoral goiana. Em agosto, ele publicou um artigo no jornal "Diário da Manhã", de Goiás, em que ameaçou revelar envolvimento de políticos de Goiás com o jogo ilegal e outras irregularidades.

    O próprio Iris Rezende foi alvo de Cachoeira no texto. O empresário chamou o peemedebista de "pilantra ninja, aquele que faz tudo igual aos outros, e até pior, porém quer aparecer aos olhos do 'povo' como uma vestal, um insigne, um imaculado".

    O artigo cita suposta relação de Rezende com empresários de jogos ilegais e suposto encontro do peemedebista com diretores da empresa Delta, em que teriam sido tratados "assuntos não tão republicanos".

    Em nota divulgada na época, a coligação de Rezende afirmou que Cachoeira "faz essas conjecturas mentirosas, pois é alvo de um escândalo investigado pela Polícia Federal".

    OUTRO LADO

    A campanha de Perillo nega relação entre o governador e Cachoeira. O advogado Frederico Matos, que representa a campanha tucana no caso, afirma que nunca foi comprovada qualquer relação entre o governador e Cachoeira, e que já recorreu da decisão.

    "O que se tinha eram suposições, ilações de relacionamento, o que não existe. Não tem nenhum documento, idôneo ou concreto, que possa comprovar tal alegação, até porque ele foi à CPI e abriu mão do sigilo bancário, fiscal e telefônico e sequer foi indiciado na CPI, bem como não foi indiciado pela autoridade judicial", disse Matos.

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