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    Eleitores de Marina 'freiam' candidatos do PT nos Estados

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    16/09/2014 12h44

    A performance de Marina Silva na campanha presidencial deste ano tem freado o desempenho de candidatos a governador do PT.

    Em Estados pesquisados pelo Datafolha na semana passada, o eleitorado da candidata do PSB mostra uma tendência a se afastar das candidaturas locais do PT.

    No Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Distrito Federal, os petistas têm intenções de voto muito abaixo da média, se for considerado apenas quem vota em Marina.

    O maior exemplo é o governador gaúcho Tarso Genro (PT): com 28% na pesquisa geral, ele é escolhido por somente 13% do eleitorado da ex-ministra do Meio Ambiente, de acordo com o instituto.

    Em São Paulo, Alexandre Padilha recua de 9%, no geral, para 5% das intenções de voto no eleitorado de Marina.

    No DF, Agnelo Queiroz vai de 19% para 11%. No Rio, Lindbergh Farias desce um ponto percentual e, no Paraná, Gleisi Hoffmann fica estagnada, enquanto seus dois principais rivais crescem.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Sao Paulo, SP, BRASIL, 01-09-2014 19h36.Debate SBT.FOLHA.UOL e Joven Pan nos estudios do SBT com candidatos a Presidencia da Republica.Presidente Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) se comprimentam ao final do debate ainda dentro de estudio do SBT(Foto Eduardo Knapp/Folhapress. Poder)

    DOBRADINHA

    Candidatos como Lindbergh e Tarso mostram forte dependência da dobradinha com os eleitores de Dilma Rousseff no pleito nacional. O governador do RS lidera a preferência nesse segmento.

    Mas a rejeição à atual presidente também pode contaminar a disputa local. O percentual de eleitores que afirmam que não votariam em Dilma de jeito nenhum vai de 24%, no RS, a 50%, no DF.

    Entre os eleitores do tucano Aécio Neves, grupo que tradicionalmente rejeita o PT, a preferência por Tarso é parecida –12%. Em São Paulo, Padilha tem somente 1% entre quem escolheu o presidenciável do PSDB. No DF, só 5% dos que votam em Aécio afirmam que vão escolher também Agnelo.

    Para o professor de ciência política Milton Lahuerta, da Unesp, Marina vem atraindo um eleitorado insatisfeito, que procura nos Estados quem "possa encarnar a figura antigoverno federal".

    "Como Aécio não cumpriu o que o PSDB esperava dele, de galvanizar o sentimento de oposição, a tendência nos Estados é fazer um voto cruzado, como Marina e Geraldo Alckmin [em SP]."

    Lahuerta diz que a tendência prejudica sobretudo aqueles muito identificados com o PT nacional, como Gleisi e Tarso, que já foram ministros.

    Nos Estados pesquisados pelo Datafolha, a exceção é Minas, onde o petista Fernando Pimentel, que tem explorado pouco Dilma e o ex-presidente Lula na campanha, possui bom desempenho no eleitorado "marineiro". Ele lidera a corrida ao governo e amplia a vantagem entre eleitores de Marina.

    CHAPAS

    As pesquisas do Datafolha mostram ainda que o eleitor de Marina deve combinar o voto na presidenciável com a escolha de candidatos a governador com perfil bem diferente do dela. No Rio Grande do Sul, a maioria do eleitorado da candidata do PSB afirmou que vai votar também em Ana Amélia Lemos (PP), candidata ao governo identificada com ruralistas.

    No Rio, o voto "marineiro" por enquanto tende a ser combinado com o de Anthony Garotinho (PR) para o governo do Estado.

    Candidatos apoiados pela ex-ministra, como Tarcisio Delgado (PSB) em Minas ou José Ivo Sartori (PMDB) no Rio Grande do Sul, não se beneficiam de uma transferência de votos.

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