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    Paulo Roberto diz que ficará calado na CPI da Petrobras

    GABRIELA GUERREIRO
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    17/09/2014 15h09

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse nesta quarta-feira (17) que vai manter-se em silêncio durante depoimento na CPI da Petrobras, que ocorre esta tarde. Ao chegar à sala da CPI, acompanhado de seu advogado, Paulo Roberto pediu que a sessão seja aberta, mas disse que não vai responder aos questionamentos dos congressistas.

    "Me reservo o direito de ficar calado. Pode ser a sessão aberta, mas eu me reservo o direito de ficar calado", afirmou.

    Congressistas do governo e da oposição travaram uma batalha na CPI antes da chegada de Paulo Roberto sobre o formato do depoimento. Aliados da presidente Dilma Rousseff defenderam que a sessão seja aberta, enquanto a oposição sustenta que Paulo Roberto seja ouvido de forma sigilosa para que ele possa revelar o esquema de corrupção na estatal.

    Aliado do governo, o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), manteve a sessão aberta, mesmo após apelos da oposição. "Vamos continuar com a sessão aberta. Essa é a decisão da Presidência", afirmou.

    Às vésperas das eleições, a oposição afirma que, a portas fechadas, o ex-diretor poderá revelar detalhes da delação premiada que firmou com a Justiça. O governo insiste na sessão aberta para que Paulo Roberto fique em silêncio, sem falar na CPI sobre as denúncias que envolvem a estatal.

    O ex-diretor acabou acatando a tese governista, o que agrada ao Palácio do Planalto e aos aliados da presidente Dilma.

    Segundo a revista "Veja", no depoimento da delação à Justiça Paulo Roberto apresentou uma lista de pelo menos 11 políticos que estariam envolvidos em irregularidades na estatal, entre eles o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) –a maioria aliados do governo.

    "Não existe sessão secreta neste Congresso. Tivemos experiência na comissão de ética, quando tivemos a presença do julgamento do senador Demóstenes Torres. Durante a CPI do Cachoeira e tudo o que aconteceu nas sessões secretas foi revelado lá fora, muitas vezes por parlamentares, que apresentam a sua versão do que está acontecendo", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE).

    Para o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), Paulo Roberto tem o direito de falar à CPI em depoimento sigiloso. "Ele tem o direito de prestar os esclarecimentos nesta CPI sem que comprometa o processo da delação premiada. Usamos o argumento que em sessão secreta a delação está assegurada", afirmou.

    O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que a o sociedade brasileira "tem o direito de saber detalhes" do envolvimento de políticos em esquemas de corrupção. "Não estou preocupado com quem vaza a informação, mas com quem assaltou a Petrobras. Se tem nomes de deputados, senadores, ministros e ex-governador, quero que venham à luz do dia antes das eleições. Não é justo que a população não saiba quem agiu como marginal surrupiando a Petrobras."

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