• Poder

    Thursday, 02-May-2024 23:32:11 -03

    Paulo Roberto Costa diz que recebeu R$ 1,5 mi de propina por Pasadena

    DE SÃO PAULO

    18/09/2014 21h53

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa confessou ter recebido R$ 1,5 milhão de propina durante o processo de compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), segundo o "Jornal Nacional" desta quinta-feira (18).

    A compra da refinaria ocorreu em 2006 e resultou num prejuízo de R$ 1,7 bilhão, segundo cálculos do Tribunal de Contas da União.

    Costa teria revelado o valor da propina no acordo de delação premiada que decidiu fazer em 29 de agosto com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.

    A Folha não conseguiu confirmar a versão apresentada pelo telejornal. O acordo é sigiloso por princípio, para evitar que o delator sofra pressões e que provas possam ser destruídas.

    O ex-diretor decidiu contar o que sabe em troca de uma pena menor. Se não fizesse o acordo, Costa poderia ser condenado a mais de 40 anos de prisão.

    Ele teria revelado o nome de 12 parlamentares que recebiam suborno de contratos fechados com a Petrobras, de acordo com a revista "Veja".

    Estariam no grupo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e parlamentares como Romero Jucá (PMDB-RR), Mário Negromonte (PP-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).

    Todos negam com veemência ter recebido suborno de Costa ou do doleiro.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    CPI mista da Petrobras ouve ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, no Congresso Nacional, em Brasília (DF)
    CPI mista da Petrobras ouve ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, no Congresso Nacional, em Brasília (DF)

    SUPERFATURADO

    O ex-diretor da Petrobras foi preso pela segunda vez em 10 de junho pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, quando as autoridades brasileiras descobriram que ele tinha US$ 23 milhões em contas secretas na Suíça. As contas foram bloqueadas por suspeitas de que tenham recebido recursos de propina.

    O engenheiro ocupou a diretoria de abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2010, nos governos de Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT. Ele foi responsável pela maior obra da Petrobras no país, a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que deve custar mais de R$ 40 bilhões quando estiver pronta.

    Segundo apuração da Polícia Federal, os contratos para a obra da refinaria eram superfaturados, e o valor pago a mais era lavado pelo doleiro Alberto Youssef, apontado como parceiro de Costa nessas operações.

    Empresas de fachada do doleiro receberam mais de R$ 30 milhões de empresas que têm contratos com a Petrobras. O valor era pago a essas empresas de Youssef por serviços de consultoria. Companhias como OAS, Sanko Sider e Unipar fizeram pagamentos a essas empresas de fachada do doleiro, como a MO e a empreiteira Rigidez.

    Depoimentos de três auxiliares de Youssef para a Justiça afirmam que os serviços de consultoria nunca foram prestados.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024