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    Segundo turno ainda é incerto no Paraná, mostra Datafolha

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    19/09/2014 14h28

    Pouca coisa mudou na nova pesquisa Datafolha sobre a disputa ao governo do Paraná. O quadro é estável: Beto Richa (PSDB) na frente, com 44%, Roberto Requião (PMDB) em segundo, com 30%, e Gleisi Hoffmann (PT) mais atrás, com 10%.

    Mas há detalhes interessantes. Pela primeira vez, por exemplo, o instituto fez a contagem de votos válidos, que mostram um cenário incerto sobre a possibilidade de segundo turno no Estado.

    Estelita Hass Carazzai -1°.fev.2014/Fofolhapress
    Beto Richa (PSDB) participa de evento com Gleisi Hoffmann (PT) no interior do Estado, em fevereiro deste ano
    Beto Richa (PSDB) participa de evento com Gleisi Hoffmann (PT) no interior do PR, em fev. deste ano

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    Veja, abaixo, seis curiosidades sobre a pesquisa:

    1) Haverá segundo turno?

    Essa ainda é uma dúvida no atual cenário. Pelos votos válidos (que excluem brancos, nulos e, no caso desta pesquisa, indecisos), Richa tem 52%. Isso seria suficiente para a vitória em primeiro turno, com 50% mais um.

    Porém, com a margem de erro (de três pontos percentuais, para mais ou menos), o cenário permanece indefinido.

    Requião tem 35% dos válidos, e Gleisi, 12%. Qualquer oscilação a favor dos dois já levaria ao segundo turno.

    O atual governador quer liquidar a fatura no dia 5 de outubro, porque sabe que um segundo turno "é uma nova eleição", como costumam dizer seus coordenadores.

    Por isso, já anunciou que irá se licenciar na última semana antes da votação, a partir do dia 29, para se dedicar em tempo integral à campanha.

    2) Onde Requião se fortaleceu

    Requião oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro. Mas é possível encontrar segmentos do eleitorado em que o peemedebista ampliou sua votação com relação a Richa, o que ajuda a explicar essa diferença.

    O principal está em Curitiba e na região metropolitana, um dos mais importantes polos eleitorais do Estado e onde Richa havia conseguido subir consideravelmente no último mês.

    Agora, Requião voltou a ganhar terreno. Foi de 28% para 37% –seu melhor índice. Richa, que antes tinha 39%, agora tem 36%.

    Ou seja, os dois estão empatados na região. O senador também ampliou sua votação entre os eleitores com maior escolaridade: de 27% para 33%.

    3) Onde Richa mantém vantagem

    O atual governador manteve-se bem colocado nos municípios do interior, que lideraram sua arrancada na última pesquisa.

    Tem 47% de intenções de voto no interior, contra 27% de Requião. Consolidou sua vantagem tanto em cidades pequenas (com menos de 50 mil habitantes), onde tem 43%, quanto nas médias (entre 200 e 500 mil), com 52%. Também angariou mais votos entre os mais ricos: pulou de 47% para 54%.

    4) Gleisi ainda patina

    Nada de fazer efeito, por enquanto, o intensivo da campanha da ex-ministra nos últimos dias.

    Gleisi, que era uma das principais apostas do PT para a disputa nos Estados, permanece estacionada nos 10%.

    Na última semana, a candidata intensificou a agenda pelo interior do Estado, onde ainda é pouco conhecida e aumentou as críticas a Richa e Requião. Seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, tirou licença por alguns dias para articular a campanha com prefeitos.

    O diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, também saiu de férias e tem percorrido a região oeste para a petista. A rejeição da ex-ministra da Casa Civil é de 20% –menos que Requião (25%), mas mais que Richa (18%).

    5) Na corrida ao Senado, Alvaro reina

    Nenhum candidato conseguiu fazer frente à liderança de Alvaro Dias (PSDB) até agora.

    O tucano, senador há 15 anos pelo Paraná, segue absoluto na liderança, com 59% das intenções de voto.

    Até os indecisos (18%) e brancos/nulos (9%) são maiores do que a intenção de voto dos demais candidatos. Ricardo Gomyde (PC do B), da chapa de Gleisi, e Marcelo Almeida (PMDB), de Requião, têm apenas 6%.

    Não por acaso, ambos elevaram o tom contra Alvaro nesta semana, dizendo que ele precisa se aposentar e comparando-o a Collor e Sarney (ambos há vários mandatos no Senado).

    Até o cachorro de estimação de Alvaro, o bichon frisé Hugo Henrique (que apareceu no programa eleitoral do tucano na semana passada), entrou na dança: "Hugo Henrique não me representa", afirmou a propaganda de Gomyde.

    6) Deputado? Não sei

    A maioria esmagadora dos eleitores do Paraná ainda não sabe em quem votar para deputado estadual ou federal. A indefinição chega a 73% no caso da Câmara, e 69% para a Assembleia. Sinal de que a decisão deve ficar mesmo para a última hora.

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    A pesquisa Datafolha foi feita entre os dias 17 e 18 de setembro, com 1.256 eleitores em 46 municípios do Paraná. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob os números PR-00035/2014 e BR-00665/2014.

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