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    Procuradoria quer condenar Renan por improbidade no caso de ex-amante

    SEVERINO MOTTA
    DE BRASÍLIA

    19/09/2014 17h29

    A Procuradoria da República no Distrito Federal enviou à Justiça, no último dia 2, uma ação de improbidade administrativa contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alegando que ele recebeu propina da construtora Mendes Júnior para pagar despesas que teve numa relação extraconjugal com Mônica Veloso, com quem tem uma filha.

    De acordo com os procuradores, Renan forjou documentos para justificar que tinha recursos para pagar as despesas com a jornalista e sua filha. Ele também é acusado de ter enriquecido ilicitamente.

    Na ação ainda é dito que Cláudio Gontijo, lobista da Mendes Júnior, fazia os pagamentos para Renan e que a construtora foi beneficiada por emendas parlamentares apresentadas pelo Senador.

    A ação foi revelada pelo Jornal "O Estado de S.Paulo" nesta sexta-feira (19) e remonta a um caso de 2007, que levou Renan à renúncia do cargo de presidente do Senado para salvar seu mandato de senador.

    Devido aos fatos Renan também é investido pelo STF através de um inquérito aberto em 2007. Pouco antes de ele tentar voltar à presidência do Senado, no ano passado, o então procurador-geral da República Roberto Gurgel chegou a apresentar denúncia contra o senador.

    Ele acusava Renan pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e peculato (desvio de dinheiro público). Para justificar que tinha renda para fazer os pagamentos, Renan apresentou documentos e afirmou que tinha ganhos com a venda de gado, o problema é que o suposto comprador negou que tenha adquirido bois do senador.

    Na denúncia, Gurgel disse que Renan "não possuía recursos disponíveis para custear os pagamentos feitos a Mônica Veloso no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, e que inseriu e fez inserir em documentos públicos e particulares informações diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com atividade rural, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, sua capacidade financeira".

    O STF ainda não analisou a denúncia contra Renan. Quando o fizer, e caso a aceite, ele se transformará em réu.

    Procurado, Renan informou através de sua assessoria que não iria se manifestar sobre o caso. A construtora Mendes Junior, também por meio de sua assessoria, disse que desconhece a referida ação. A reportagem não conseguiu localizar Cláudio Gontijo.

    Lula Marques/Evaristo Sá/Folhapress/France Presse
    O senador Renan Calheiros e a jornalista Mônica Veloso
    O senador Renan Calheiros e a jornalista Mônica Veloso

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