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    Polícia apreende R$ 500 mil em avião com material de campanha do TO

    DIÓGENES CAMPANHA
    DE SÃO PAULO

    19/09/2014 18h00

    A Polícia Civil de Goiás prendeu nesta quinta-feira (18), em Piracanjuba (a 73 km de Goiânia), quatro pessoas em um avião que transportava R$ 500 mil e mais de três quilos de santinhos. Os materiais de campanha pertencem a Marcelo Miranda, candidato do PMDB ao governo do Tocantins, e Carlos Gaguim, que concorre a deputado federal pelo partido.

    A origem do dinheiro ainda será investigada.

    Os policiais do Genarc (Grupo Especial de Repressão a Narcóticos) monitoravam pistas de pouso clandestinas utilizadas por traficantes de drogas, quando três homens chegaram em uma caminhonete. O avião já se preparava para decolar.

    Não foram encontrados entorpecentes. O dinheiro e o material de campanha estavam com um homem de 39 anos.

    Segundo o delegado Ricardo Chueire, três dos quatro detidos confessaram que o dinheiro seria utilizado para o pagamento de despesas de campanha de Marcelo Miranda, que está com as contas bloqueadas pela Justiça.

    Na terça-feira (15), a Justiça Federal havia decretado a indisponibilidade dos bens de Miranda. Ele é alvo de uma ação do Ministério Público Federal pela contratação irregular de uma Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) para gerir hospitais do Estado em 2003 e 2004, quando era governador.

    Na delegacia, no entanto, os detidos mudaram a versão depois de terem conversado com advogados.

    Disseram que o dinheiro era proveniente de um empréstimo que um dos homens havia contraído em Brasília. Sobre o material de campanha, afirmaram que o candidato a deputado Carlos Gaguim havia voado na aeronave semanas antes e que havia esquecido os 3,6 kg de santinhos –cerca de 1.000 panfletos, segundo o delegado– na aeronave.

    "Inventaram uma história falaciosa. Existem fortes indícios de que seja caixa dois de campanha, mas não cabe à Polícia Civil averiguar isso", disse o delegado Chueire, que deverá encaminhar cópias da documentação sobre o caso para o Tribunal Regional Eleitoral e a Procuradoria Regional Eleitoral do Tocantins.

    Os quatro homens detidos foram autuados por associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime tributário.

    OUTRO LADO

    Em entrevista após uma sabatina promovida pela Federação das Indústrias do Tocantins, na noite desta quinta, Marcelo Miranda negou ligação com o material apreendido no avião. "Não estou numa campanha política em Goiás, minha campanha política é aqui no Tocantins. Desconheço essa história", disse.

    Em nota, Carlos Gaguim afirmou não ter "qualquer relação" com o dinheiro nem "vínculo profissional ou pessoal com os supostos envolvidos".

    Ele afirmou que desconhece a origem dos santinhos e que seu material de campanha é confeccionado em gráficas do Tocantins, "com o devido recolhimento dos impostos, tendo sua distribuição restrita aos limites estaduais e as lideranças locais".

    O candidato prometeu tomar "medidas judiciais cabíveis" pelo "uso indevido" de seu nome e imagem no episódio.

    Miranda foi eleito governador do Tocantins em 2002, pelo então PFL (atual DEM), e reeleito em 2006, já pelo PMDB. Em setembro de 2009, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou seu mandato por abuso de poder econômico no pleito de três anos antes.

    Gaguim, que presidia a Assembleia Legislativa, foi escolhido em eleição indireta para suceder Miranda à frente do governo.

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